Projeto prevê duto para levar grãos ao Porto de Paranaguá

Um projeto que está sendo analisado no Ministério da Agricultura pode solucionar muitos dos problemas observados hoje no escoamento da safra de grãos do Paraná. O projeto prevê a construção de uma tubulação que conduziria cereais do armazém da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em Ponta Grossa, com capacidade para 420 mil toneladas, até o Porto de Paranaguá, numa extensão aproximada de 130 quilômetros. Ele teria capacidade de expedir 3 mil toneladas de produto por hora, o equivalente ao carregamento de 100 caminhões.

“É um projeto bastante ousado”, afirmou o superintendente da Conab no Paraná, Jorge Dias. Segundo ele, a discussão já tem cerca de um ano, inclusive com estudo realizado pela empresa alemã Beumer, que detém a tecnologia do equipamento que está sendo chamado de cerealduto. “Está bem encaminhado em termos de governo federal”, acentuou Dias. As discussões estariam sendo realizadas agora no âmbito do governo estadual, visto que há necessidade de uma nova legislação para esse modal de transporte.

Ainda segundo o superintendente da Conab, os ministros da Agricultura do Brasil e da Itália estão agendando uma reunião pois os italianos estariam dispostos a financiar a construção utilizando os créditos de seqüestro de carbono. Ele calcula que a instalação do projeto custaria cerca de US$ 300 milhões. Atualmente já há uma tubulação que liga a refinaria da Petrobras em Araucária, na região metropolitana de Curitiba, ao porto. O projeto prevê que o novo duto ficaria a cinco metros de altura.

Entre as vantagens do sistema, o superintendente ressalta a agilidade no processo de expedição, a diminuição no volume da fila de caminhões e da poluição atmosférica, a rapidez na chegada ao porto e a confiança do importador de que o produto será entregue no prazo estipulado. Como ainda está em discussão, Dias vê a possibilidade de esse duto não ter como destino Paranaguá, que continuaria com os mesmos modais ferroviário e rodoviário, mas ser desviado para a Ponta do Félix, em Pontal do Paraná. “O sistema de escoamento ganharia num todo, pois o Estado ficaria com mais um berço para os grãos”, defende.

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