Programas de uso racional da água é lei

O planeta Terra possui 70% de todo o seu território composto de água, e deste total 97,5% é salgada, imprópria para o consumo humano.
Dos 2,5 % restantes, 2,493% estão concentrados em geleiras ou no subsolo (aqüíferos). Como restam apenas 0,007% para todo o mundo, estão sendo criados principalmente através de leis, programas de uso racional da água. Lembrando que apenas 8% deste total são para uso individual (casas, hospitais, escritórios) e os outros 92%, agricultura (70%) e indústria (22%).

Em Curitiba, uma lei de autoria do presidente da Câmara, o vereador João Cláudio Derosso (PSDB) criou o Programa de Conservação e Uso Racional da Água nas Edificações (Purae), em 2003. As normas do Purae, regulamentadas em 2006, valem para a aprovação de projetos de novas edificações, inclusive habitações de interesse social, que devem adotar aparelhos e dispositivos economizadores.

Nos condomínios, além destes dispositivos, deverão ser instalados hidrômetros, para medição individualizada do volume de água gasto por unidade. Isso é condição para conseguir o álvara da obra.

‘É prevista, ainda, a captação da água das chuvas na cobertura dos prédios e armazenamento numa cisterna ou tanque, para a utilização em atividades que não requeiram o uso de água tratada‘, explica o parlamentar.

O Engenhão tem dois reservatórios com capacidade para armazenar 1.500 m3 de água da chuva por mês.

Exemplos

Foi assim com o Hotel 10, construído na Cidade Industrial de Curitiba. Lá, dos 65 mil litros de água usados nas descargas por mês, 40 mil vêm da água da chuva coletada a partir das calhas dos telhados. O investimento de R$ 8 mil, durante as obras, foi recuperado em um ano e meio.

A Hestia está entre as construtoras curitibanas que tiveram que adequar as normas e instalar sistemas de reaproveitamento da chuva em seus empreendimentos. De acordo com o diretor da empresa, Gustavo Selig, o investimento feito para a implantação do mecanismo é recuperado em quatro meses.

“Mais do que uma questão normativa e econômica, a adesão à iniciativa é uma questão de consciência sobre a importância do uso racional dos recursos naturais. E para transformar ideia em prática, basta ter boa vontade”, destaca Selig. No Rio de Janeiro a coleta e aproveitamento da água da chuva é lei desde 2005 e interferiu nas obras do estádio João Havelange – o engenhão – onde dois imensos reservatórios tem capacidade para armazenar 1500 metros cúbicos de água por mês.

Parte dessa água é usada na irrigação dos campos (80 mil litros), no sistema de ar condicionado (35 mil litros) e nas descargas das 720 privadas (20 mil litros).