Rio ? O Ministério das Comunicações está reestruturando o Governo Eletrônico Serviço de Atendimento ao Cidadão (Gesac), voltado para a inclusão digital no país. Segundo o secretário de Serviços de Comunicação Eletrônica do Ministério, Joanilson Ferreira, a idéia é substituir o satélite por outro tipo de conexão com a internet como, por exemplo, a banda larga.

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O secretário participou hoje da abertura da 4ª oficina para a inclusão digital promovida pelo Ministério do Planejamento e pelas organizações não-governamentais (ONGs) Sampa.Org e Rede de Informações para o Terceiro Setor (RITS).

Ferreira informou que atualmente 3.200 pontos de inclusão digital do país usam o satélite como conexão, "o que torna o serviço mais caro". Cada um dos satélites custa ao governo R$ 1,08 mil por mês. "O satélite está consolidado. Agora vamos incentivar o uso de outros multimeios para que os pontos de satélite sejam usados em locais onde não há outra saída. Em comunidades indígenas o satélite é a única forma", apontou.

Até o fim do ano, o ministério, segundo o secretário, vai substituir a conexão via satélite usada em mil pontos de inclusão digital. "Está prevista no orçamento a instalação de 4.200 pontos até o fim do ano. Minha idéia é atingir com o mesmo dinheiro seis mil a sete mil pontos", contou.

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Uma auditoria da Corregedoria Geral da União (CGU) realizada em 120 dos 3.200 Telecentros de inclusão digital instalados no país constatou que havia má utilização dos satélites em 30% deles. Em alguns não há computadores. Ferreira disse, no entanto, que a reestruturação no Gesac já vinha sendo feita antes do resultado da auditoria.

Outro fator que precisa ser incentivado no Brasil, de acordo com o secretário, é a integração dos diversos órgãos públicos e da sociedade civil que atuam na inclusão digital para evitar o desperdício tanto de recursos como de ações.

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Os moradores do Jardim Bom Retiro, no município de São Gonçalo, região metropolitana do Rio, já estão resolvendo parte desse problema. A Rede Ação tem integrado os programas sociais com os cursos de informática. O coordenador da ONG, Antônio Sampaio, que mora no local há 40 anos, disse que em média os projetos atendem a 220 pessoas por mês.

Até o fim do ano serão instalados três Telecentros em São Gonçalo montados com apoio do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e do Banco do Brasil e mais três nos municípios de Itaboraí e de Magé, que fazem divisas com a comunidade.