Produtores debatem preço do fumo no Rio Grande do Sul

A Fetraf-Sul (Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar dos três estados do Sul) vai acompanhar as negociações de preço do fumo no próximo dia 30, na Fiergs – Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, e já sinaliza com mobilizações na região Sul a partir do mês que vem. De 5 a 7 de fevereiro, serão feitas assembléias municipais e regionais organizadas pelos sindicatos para avaliar as propostas das indústrias fumageiras nas regiões fumicultoras dos três estados do Sul.  

De acordo com o técnico agrícola e assessor da Fetraf-Sul/CUT, Albino Gewehr, ?a tendência é de que as propostas das indústrias não atendam as expectativas, pois muitas falam até em congelamento de preços?. Neste caso, serão organizadas manifestações públicas em cidades dos três estados.

A expectativa é de que a safra 2006/2007 seja menor que a anterior devido à redução em 15% da área plantada de fumo. O atual estágio das lavouras aponta para uma boa produtividade (2 mil kg/ha), podendo fechar numa produção de 750 mil toneladas, acrescido de melhor qualidade devido às condições climáticas favoráveis.

No entanto, por causa da redução de 15% da área plantada, a produção deve ser menor do que a da safra 2005/2006, que fechou em 775 mil toneladas. ?O consumo permanece equilibrado com a produção não permitindo a retomada da formação de estoques?, afirma Gewehr. Ele denuncia que, no Brasil, as indústrias ampliam seus lucros por dois motivos: majoração em 10% do preço dos cigarros e ampliação no combate ao contrabando. ?Mesmo assim vêm a público dizer que a desvalorização do dólar e os problemas com a retenção do ICMS no RS afetariam seus lucros. Os dados de 2006 desmentem esta falácia das fumageiras.?

A partir dessa conjuntura, a Fetraf definiu suas articulações em prol das garantias de benefícios dos fumicultores e fará acompanhamento das discussões e mudanças em relação às indústrias de fumo, a partir da nova tabela de preços prevista para o final deste mês.

As decisões foram tomadas depois de seminário realizado em Chapecó, com a participação de dirigentes sindicais e agricultores, que fizeram uma análise de conjuntura, debates e avaliações de aspectos como a estimativa de safra; produção mundial x consumo x estoques; comercialização, preços e distribuição de renda e lucros do setor.

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