Pressão da UE leva Paraná a dar informações sobre aftosa

O secretário da Agricultura do Paraná, Orlando Pessuti, entregou hoje (7) ao Ministério da Agricultura informações sobre a movimentação de animais entre as fazendas do Estado e a evolução de rebanhos nas propriedades onde há suspeitas de focos de febre aftosa. O encontro não estava marcado e, para alguns interlocutores, a visita de técnicos da União Européia (UE) no Brasil, na semana passada, pode ter levado o Paraná a agilizar a entrega desses dados, após a crítica sobre a demora do governo brasileiro em reconhecer o diagnóstico de aftosa no Estado.

Os dados entregues por Pessuti, além do resultado de avaliações feitas em laboratórios, devem permitir ao ministério informar se há ou não outros focos da doença no rebanho do Paraná. "Queremos concluir o assunto nos próximos dias", disse um técnico.

Em dezembro, um caso de aftosa foi confirmado na Fazenda Cachoeira, que fica no município de São Sebastião da Amoreira. A comprovação do caso exigiu mais de um mês de investigação. O governo do Estado não aceita o diagnóstico e o pecuarista dono da propriedade não concorda com o abate. Há suspeita de focos da doença em fazendas localizadas nos municípios de Maringá, Loanda Amaporã e Grandes Rios. "A vinculação está estabelecida, pois os animais saíram da área de foco do Mato Grosso do Sul para um leilão no Paraná", avaliou um interlocutor.

Pessuti esteve reunido na tarde de hoje por mais de duas horas com técnicos da Secretaria de Defesa Agropecuária do ministério. O secretário paranaense estava visivelmente irritado. Do lado de fora da sala, onde os jornalistas esperavam pelo fim do encontro era possível escutar gritos do secretário. Ao deixar a reunião, Pessuti disse que estava no ministério "para falar sobre a quebra de safra do Paraná por causa da seca e sobre a comercialização de trigo". Esses assuntos são da competência da Secretaria de Política Agrícola, que fica no prédio principal do ministério. A Secretaria de Defesa Agropecuária ocupa o anexo do prédio.

"Quem tem que falar é o ministério. Eu só falo no Paraná", limitou-se a dizer Pessuti, depois de muita insistência dos jornalistas. Para técnicos do Departamento de Defesa Animal, o envio dos documentos é um passo importante. "Estamos mais perto de esclarecer o assunto, mas teremos cautela para não cometer erros", disse.

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