O consultor da Engevix, Sérgio Pompeu Sá, cita em seu depoimento o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), em uma suposta audiência onde o petista pediu a ele "para ajudá-lo a acelerar o Programa Luz para Todos". Sá esclareceu que "o fato de prestar uma gentileza ao governador do Estado do Piauí, ou a uma empresa como a de Zuleido, absolutamente de graça, não se constitui em um fato inusitado pois poderá no futuro usufruir dessas gentilezas". Na seqüência, ele dá um exemplo de como sua conduta gentil deu resultados: "hoje, a empresa Engevix está no Piauí fazendo avaliação ambiental integrada do Parnaíba".
Segundo a Polícia Federal, Sá seria suspeito de auxiliar a construtora Gautama na obtenção de recursos destinados ao programa de eletrificação rural Luz para Todos no Piauí. Por conta de diálogos que mantém com dirigentes da Gautama sobre o edital de licitação do programa no Estado, ele também é suspeito de ajudar a direcionar a obra para a empreiteira. Sá foi preso na Operação Navalha.
No mesmo depoimento, Sá diz que o governo do Piauí tinha pressa em publicar o edital da licitação que definiria as empresas encarregadas de executar o programa Luz Para Todos no Estado, coordenado pela Companhia Energética do Piauí (Cepisa), por causa do período eleitoral. Pela legislação, o governo fica proibido de liberar recursos para obras novas a 90 dias antes da eleição. "Ele (Jorge Targa, presidente da Cepisa, também preso na Navalha) tem que publicar até o dia 30 (de junho)", explica Sá a Zuleido Veras em telefonema no dia 26 de junho do ano passado. Na época, Dias era candidato à reeleição e venceu no primeiro turno.
