Presidente do TSE acredita que caso é pior que Watergate

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello, reagiu nesta quinta-feira (21) mesmo às críticas do novo coordenador da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição, Marco Aurélio Garcia. O dirigente do TSE reafirmou que julga o escândalo do dossiê Vedoin mais grave do que o do Watergate, episódio que nos anos 70 derrubou o presidente dos EUA, Richard Nixon. "É muito pior a partir do contexto, do somatório de notícias de escândalos que nós tivemos nos últimos anos", afirmou.

A Justiça Eleitoral, garantiu Marco Aurélio Mello, não está engajada em nenhum lado da campanha. "O Judiciário não está engajado em qualquer política a não ser na política institucional de prevalência da ordem jurídica", afirmou o ministro. Defendeu ainda que o processo sobre o dossiê Vedoin seja público para que a sociedade acompanhe as investigações.

Segundo ele, todos ficaram perplexos com as recentes notícias. Nesta semana, a pedido da coligação que tem como candidato ao Planalto o tucano Geraldo Alckmin, o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, Cesar Rocha, abriu uma investigação no TSE para apurar se autoridades como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, participaram das negociações do dossiê.

"A publicidade é a tônica na administração pública. E é o que permite o acompanhamento pelos cidadãos, pela sociedade. Não há motivo, a meu ver, de início, para implementar-se aí o sigilo quanto à tramitação do processo. O processo de início é público" afirmou Marco Aurélio. "São fatos, desde início, que deixam a todos perplexos. Agora, nós precisamos esclarecer esses fatos, buscar a verdade real, o que realmente ocorreu e o grau de envolvimento de cada qual dos que estão citados no processo", disse. Ele concordou que os fatos podem ter repercussão na eleição da próxima semana, mas afirmou que é cedo para falar em conseqüências: "Pode repercutir, sem dúvida alguma.

O presidente do TSE disse que não vai procurar Marco Aurélio Garcia para esclarecer o episódio: "Eu não vejo no cenário um mal entendido. E evidentemente não cabe esse contato por iniciativa do presidente do TSE. Agora, no tribunal, eu estarei com as portas abertas à visita de quem deseje manter o contato.

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