Presidente do Senado defende ‘coalizão parlamentar’ no Congresso

Um dos chefes do PMDB governista e candidato à reeleição na nova legislatura, o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), defendeu nesta segunda-feira (6) a formação no Congresso Nacional de uma "coalizão parlamentar", inclusive com a oposição, para votar uma agenda de interesse do País que inclua as reformas tributária e política.

Ao lado de Renan, um dos principais líderes oposicionistas, senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-RJ), demonstrou, com um sorriso, achar a proposta "perfeita", mas destacou que, para que se realize, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá que ceder "muita coisa", como o Orçamento impositivo (que não pode ter verbas retidas pelo Executivo), o que até agora não aconteceu. E encerrou a entrevista com uma observação cheia de ironia.

"Cada um tem que dar um passo, agora não podemos dar o passo atravessando a rua", declarou, referindo-se à figura de linguagem que simbolizaria a disposição da oposição, formada por PFL, PSDB e PPS, para sair do Congresso e se dirigir ao Palácio do Planalto e conversar como presidente.

Renan e ACM estiveram nesta segunda-feira na sede do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro (TCM-RJ), em solenidade para receber com outras oito personalidades, o Colar do Mérito Ministro Victor Nunes Leal, uma comenda concedida pela corte. Foi no discurso que fez em nome dos homenageados que o presidente do Senado lançou sua proposição, destacando a responsabilidade de Lula no processo. "Cabe, agora, ao presidente reeleito estimular os debates e a votação das mudanças", discursou. "Cabe também ao presidente construir uma nova relação – institucional – com os partidos, mesmo os de oposição. E criar condições para a governabilidade, pré-requisito da estabilidade política e econômica.

Velhos erros

Após a solenidade, o presidente do Senado afirmou que fará tudo o que puder pela coalizão parlamentar. "Conversando com as lideranças, para ver se podemos avançar, não com relação a uma coalizão de governo, mas com relação a uma coalizão parlamentar de interesse do País", afirmou o senador, para quem a relação do Executivo com o Congresso terá que ser "antes de mais nada programática, ter um rumo".

"Se não for assim, (o governo) vai repetir velhos erros, e o Congresso não está disposto a pagar novamente esse preço", advertiu. Além da reformas política e tributária, para reduzir a carga dos impostos, Renan defendeu a conclusão da reforma do Judiciário e a aprovação do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) como parte da agenda.

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