Presidente do PP nega existência do mensalão

O presidente do PP, deputado Pedro Corrêa (PE), negou, nesta quarta-feira, a existência do suposto esquema de pagamento de mesadas a parlamentares, o chamado "mensalão".

"Nunca ouvi falar do mensalão e nem acredito que a Câmara dos Deputados possa receber dinheiro por mês", afirmou Corrêa. Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Compra de Votos, ele disse que só conheceu o empresário Marcos Valério de Souza pela televisão, quando as denúncias foram divulgadas pela imprensa.

Pedro Corrêa afirmou que o ex-assessor parlamentar do PP, João Cláudio Genu, recebeu autorização para ir à agência do Banco Rural em Brasília por três vezes e sacou ao todo R$ 700 mil das contas de Marcos Valério. Segundo ele, em uma das vezes que Genu foi à agência do Banco Rural, havia um recado para ele procurar a gerente financeira da SMP&B (agência de publicidade de Marcos Valério), Simone Vasconcelos, em um hotel em Brasília.

Corrêa negou, no entanto, que o partido tenha recebido R$ 4,1 milhões, como indica Marcos Valério. De acordo com a lista apresentada pelo empresário, Genu teria sacado a quantia entre 17 de setembro de 2003 e 05 de julho de 2004. "Esses R$ 4,1 milhões, eu não tenho conhecimento e ninguém do meu partido tem conhecimento".

O deputado afirmou aos parlamentares que os R$ 700 mil provenientes do PT pagaram os honorários do advogado Paulo Goyas para a defesa do deputado Ronivon Santiago (PP-AC), que enfrentava várias ações na justiça. As dívidas com o advogado, segundo o presidente do PP, totalizavam R$ 900 mil.

Segundo o presidente do PP, nenhum recurso repassado pelo PT foi depositado em contas de deputados do partido. "Nas minhas contas e na do partido não entrou nenhum recurso nem da Guaranhuns ou da SMP&B", afirmou.

Os acertos financeiros com o PT, de acordo com Corrêa, foram feitos somente com o ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares. Ele afirmou que teve reuniões com o ex-presidente do PT, José Genoino, e com o deputado José Dirceu (PT-SP), para discutir alianças políticas. "José Dirceu se empenhava com muito ardor para conseguir fazer os entendimentos entre os partidos da base aliada", destacou.

Pedro Corrêa levou uma série de documentos à CPMI, entre eles os sigilos telefônico, bancário e fiscal dele e de algumas pessoas da família.

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