Líderes africanos apontaram o presidente da África do Sul para mediar a crise no Zimbábue. A decisão de nomear Thabo Mbeki para a função foi anunciada no término de uma reunião de emergência da Comunidade para o Desenvolvimento Econômico do Sul da África. Os líderes decidiram "promover o diálogo entre as partes no Zimbábue", segundo o presidente da Tanzânia, Jakaya Kikwete, que chefiou o encontro. A reunião, ocorrida em Dar-Es-Salaam, capital tanzaniana, contou com a presença do líder zimbabuano, Robert Mugabe, que saiu sem falar com a imprensa. Ele é acusado por muitos países do Ocidente por tentar implementar uma ditadura em seu país.

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Mais cedo, o Movimento pela Mudança Democrática (MMD), principal partido de oposição ao governo do Zimbábue, negou as acusações de que estaria estocando armas ou promovendo uma campanha de "terror". A declaração do partido veio à tona depois de a imprensa zimbabuana ter noticiado que armas e explosivos teriam sido apreendidos durante uma operação policial contra o diretório central do partido em Harare ocorrida ontem.

Integrantes da cúpula do MMD informaram ainda que o líder do movimento, Morgan Tsvangirai, foi libertado depois de passar algumas horas detido pela polícia ontem. A polícia nega ter prendido Tsvangirai no momento em que ele se preparava para conversar com jornalistas sobre a violência que provocou sua breve internação. Ao mesmo tempo, o MMD convocou para hoje uma nova entrevista coletiva, mas não ficou claro se Tsvangirai participaria.

A polícia informou à imprensa estatal que, além das armas e explosivos, dez ativistas do MMD foram detidos na operação de ontem. Wayne Bvudzijena, porta-voz da polícia, negou que as acusações tenham sido fabricadas. "Não se trata de nenhuma caça às bruxas. Estamos realizando investigações, e elas são muito profundas", assegurou.

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