PR busca novos rumos para os Portos de Paranaguá e de Antonina

“Os portos brasileiros necessitam de uma maior integração com a cidades”. A afirmação foi feita nesta sexta-feira em Portugal pelo superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Eduardo Requião, no último dia 9ª Conferência Internacional de Cidades e Portos ? Modernidade e Identidade das Cidades Portuárias, realizada em Lisboa.

Segundo o superintendente, o encontro, que reuniu representantes de cerca de 50 países, apontou que uma interação maior entre portos e municípios é condição fundamental para o fortalecimento da atividade portuária. “A economia, o turismo, as condições sócio-culturais da população precisam estar interligados aos serviços oferecidos pelos portos”, destacou.

“A lei 8.630, que estabelece a privatização dos portos brasileiros, precisa ser revista e se adequar à realidade mundial”, acrescentou Eduardo Requião. “Privatizar não é necessariamente modernizar. A iniciativa privada é importante no processo, assim como as administrações federal, estadual e muncipal, mas ela deve se adequar à realidade da região, do país e de seu povo”.

Exemplo

O representante do Paraná afirmou ainda que a submissão dos poderes à cultura sócio-econômica não representa problemas. “Representa a modernidade e a busca de condições salutares de desenvolvimento”. Citou como exemplo os portos de Lisboa, da Austrália e da Inglaterra, onde as cidades se expandem e a municipalidade direciona investimentos em função da atividade portuária.

“Na maioria dos municípios europeus, dezenas de milhares de famílias sobrevivem, com dignidade, em função dos portos. No mesmo local onde os produtos são embarcados, trazendo divisas para o país, funcionam modernos hotéis, prédios de apartamentos, escritórios, museus e até bares”, citou.

Diante do que observou, o superintendente da Appa disse que vai lutar para reverter a situação dos Portos de Paranaguá e Antonina. “Vamos transformar nossos portos, impondo um perfil, se não europeu, pelo menos mais adequado e, com isso, transformar as cidades portuárias em pontos de maior concentração turística”.

Negócios geram negócios, disse ainda Eduardo Requião. “Não podemos permanecer na mediocridade passiva de que cidades portuárias podem ser sujas, com ruas esburacadas como em um cenário de filme policial. Não é a imagem da miséria, gerada por entraves políticos, que devemos levar ao mundo e sim do desenvolvimento”, concluiu.

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