A população de papagaios-de-cara-roxa no litoral do Paraná aumentou 30% nos últimos dez anos. A espécie ameaçada de extinção existe apenas no Brasil, em uma faixa de floresta que vai do litoral sul de São Paulo até o norte de Santa Catarina. Desde 1998, técnicos da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) estão monitorando a espécie e realizando um trabalho de conscientização junto à população.
Na última contagem, feita em junho pelos técnicos da SPVS, foram registrados 4.900 pássaros, 30% a mais do que há dez anos. A maior parte está concentrada na Área de Proteção Ambiental de Guaraqueçaba (PR), especialmente nas ilhas dentro da baía. Segundo um dos coordenadores do projeto, Roberto Boçon, o resultado do trabalho tem-se mostrado positivo e a população de pássaros vem aumentando.
A espécie está ameaçada de extinção e desde 1967 figura na lista das que são protegidas por lei. Paralelamente, técnicos do Instituto da Biologia da Conservação (IBC), organização não-governamental paulista, fizeram o censo no litoral sul de São Paulo, identificando pouco mais de 1.200 papagaios.
Roberto fala que a degradação do meio ambiente e o tráfico de animais foram os responsáveis pela redução no número de exemplares. Com a criação das áreas de preservação, os pássaros garantiram um lugar para viver. Já o tráfico foi reduzido no Paraná, graças às atividades de conscientização da população local. “Muita gente acabava pegando as aves e vendendo para melhorar a renda”, comenta. No exterior, os papagaios conseguiam um bom preço de colecionadores ilegais, justamente por estarem em extinção.
O projeto é financiado pelo Fundo Nacional de Meio Ambiente, e pretende fazer mais quatro contagens até 2005. As primeiras foram em julho e outubro de 2003, e janeiro de 2004. Na região de Guaraqueçaba, existem seis dormitórios, e os técnicos aproveitam as revoadas ao anoitecer e amanhecer para fazer o trabalho.