Zucchi diz que Osmar não romperá aliança

O vice-presidente estadual do PDT, deputado estadual Augustinho Zucchi, disse ontem que se houver rompimento da aliança com o PSDB para 2010, não será por iniciativa do senador Osmar Dias (PDT).

O pronunciamento de Zucchi, na sessão de ontem à tarde na Assembleia Legislativa, foi uma resposta à reação negativa dos tucanos aos encontros de Osmar com petistas e peemedebistas na terça-feira passada, 10, em Brasília.

Foi também a maneira que o PDT encontrou de dizer aos tucanos que o primeiro movimento de separação partiu do PSDB, ao decidir lançar, preferencialmente, um candidato próprio ao governo.

Logo após a eleição do ano passado, algumas alas passaram a defender a candidatura do prefeito de Curitiba, Beto Richa, ao governo. E no mês passado, o senador Alvaro Dias se colocou à disposição do partido para concorrer.

Osmar esteve com a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, que defende uma aliança entre PT e PDT no Paraná, e com uma comitiva de peemedebistas, liderada pelo vice-governador Orlando Pessuti e o presidente estadual do PMDB, deputado Waldyr Pugliesi.

Zucchi procurou justificar as conversas dizendo que os contatos fizeram parte da rotina do senador como líder de um partido integrante da coalizão do governo Lula (PT) e de um pré-candidato ao governo em 2010, que não pode se recusar a tratar do tema eleitoral com outros partidos.

“Não há nada de estranho em que o senador converse politicamente com o PT, com os ministros. Nem com o Pessuti. Da mesma forma que não é estranho que o prefeito Beto Richa converse com o presidente Lula e o ministro Paulo Bernardo”, comparou.

O vice-presidente do PDT insistiu que os encontros políticos de Osmar durante a semana não apontam para um distanciamento dos tucanos para a sucessão estadual de 2010.

“Para nós, vale a aliança que foi construída no Paraná. Se alguma coisa mudar, não será por nossa causa. O senador continua tendo a mesma postura”, repetiu Zucchi.

O presidente estadual do PSDB ouviu silenciosamente o discurso do pedetista. Rossoni disse que apenas expressou seu descontentamento ao ver um aliado, o senador Osmar Dias, conversando com um adversário, o PT. “Quem se aliar ao PT será nosso adversário”, afirmou o tucano, acrescentando que não se pode sucumbir ao “canto de sereia” dos petistas.

O tucano sugeriu que Osmar pode estar sendo usado pelo PT. “O PT não tem candidato no Paraná. Então, neste momento, está procurando o senador Osmar Dias. Depois, se não der certo, vão procurar o Pessuti. Eles não têm candidatos e querem usar pessoas do nosso grupo”, atacou.

Para Rossoni, o PSDB está fazendo um esforço para manter a composição com o PDT para a eleição do próximo ano. E o fato de oferecer outros nomes como candidatos não significa descartar o apoio à candidatura de Osmar. “Quem sair deste grupo, romper com esta aliança, vai sair perdendo. Quem for ungido tem grandes chances de vencer as eleições”, disse.