Fortalecido por conseguir eleger em primeiro turno seu sucessor, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), disse nesta segunda-feira, 6, que é preciso descobrir qual “estigma” que o partido criou em São Paulo, onde Dilma teve a pior votação do PT em 12 anos, para que se possa trabalhar para uma renovação.

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“O fato de o PT não ter tido um bom desempenho no Estado significa que temos de repensar o PT de São Paulo e não o PT do Brasil”, afirmou em entrevista no Palácio de Ondina, residência oficial. “Eles têm que saber o que está acontecendo lá. O que eles têm que renovar. Não sou eu que vou dizer para eles”, completou, sugerindo que essa é uma tarefa que tem de ser encabeçada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em São Paulo, Aécio conseguiu mais de 10 milhões de votos, enquanto Dilma teve desempenho semelhante ao de Marina Silva: a petista teve 5,9 milhões, ante 5,7 milhões da pessebista. O desempenho do tucano no maior colégio eleitoral, com quase 32 milhões de eleitores (22,4% do País), é apontado como uma das explicações da virada de Aécio na reta final da eleição. Na disputa pelo governo paulista, Alexandre Padilha teve a menor votação do PT no Estado nos últimos 16 anos.

Para o governador da Bahia, dentro do partido, o grupo de São Paulo ainda continuará sendo o “protagonista”, pelo peso do Estado, mas Bahia e Minas ganharam relevância. “Não vou dizer que agora o mando de campo é meu e Minas. Agora, é claro, as pessoas passam a olhar com outro olhar para quem saiu exitoso da campanha”, afirmou.

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Na Bahia, Wagner conseguiu eleger seu secretário da Casa Civil Rui Costa, contrariando todas as pesquisas, no primeiro turno, repetindo o mesmo cenário desenhado na primeira eleição dele, em 2006. Em Minas, Fernando Pimentel derrotou o candidato de Aécio, Pimenta da Veiga, também no primeiro turno.