Após duas horas de debates, os senadores ainda se detêm na análise dos pressupostos de admissibilidade da Medida Provisória que autoriza o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a liberar R$ 20 bilhões para financiar a construção do trem-bala. Com 14 senadores inscritos para discutir o mérito do projeto, a expectativa é de que a votação estenda-se noite adentro.

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A polêmica em torno do projeto dividiu a base aliada, dificultando a missão do líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), de aprovar a matéria. Por exemplo, dos 19 senadores do PMDB, pelo menos seis devem se opor ao projeto. O senador Valdir Raupp (RO), presidente em exercício do PMDB, defende que os Estados sejam compensados pelos elevados investimentos que beneficiarão São Paulo e Rio de Janeiro, com a construção da obra. O senador Pedro Taques (PDT-MS) invocou a inconstitucionalidade do projeto.

Para agravar o quadro, os senadores não podem apresentar emendas ao relatório, porque não há tempo hábil para que o projeto retorne à Câmara. A MP perde a validade no próximo domingo, 17. Portanto, o plenário tem de aprovar o parecer da relatora, senadora Marta Suplicy (PT-SP), que mantém a íntegra do texto aprovado pelos deputados.

No entanto, o senador Jucá afiança que há uma minoria de dissidentes e que ele assegura a maioria dos votos da base aliada para aprovar a matéria, a qual também cria uma estatal para administrar o empreendimento.

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Por força do elevado número de inscritos para debater, a previsão é de que a votação prolongue-se até as 22 horas, pelo menos. O desafio de Jucá será assegurar o quórum mínimo de 41 senadores para votar a matéria. Desse total, bastam os votos da maioria dos presentes para que o texto seja aprovado.