Em uma sessão que durou apenas meia hora, o presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA), decidiu jogar para a próxima terça-feira (08) a apreciação do parecer prévio que pede a admissibilidade do processo por quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Assim, Cunha e seus aliados ganharam mais alguns dias para tentar arregimentar votos pelo arquivamento da ação que pode culminar com sua cassação.

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Ao contrário do que havia dito mais cedo, Araújo decidiu não abrir a sessão de debates para esgotar a lista de deputados que estavam inscritos para discutir o relatório preliminar do deputado Fausto Pinato (PRB-SP). O presidente do colegiado alegou que não podia correr o risco de haver recursos futuros questionando o andamento de uma sessão do colegiado durante a reunião do Congresso. “Não vou correr esse risco, é muita responsabilidade”, justificou.

Araújo consultou o grupo sobre a possibilidade de haver quórum nesta quinta-feira (03) para analisar o caso Cunha, mas diante da indisponibilidade de agenda de alguns conselheiros, decidiu marcar a sessão de análise do parecer contra o peemedebista para a próxima semana. Ele argumentou que o caso de Cunha “requer grande mobilização” e que prefere avaliar o processo com o quórum completo.

O líder do PSOL, Chico Alencar (RJ), protestou da decisão e destacou que há um temor de que se termine o ano legislativo sem votar o parecer contra Cunha. “Quero agilidade sem atropelamento. Quero sem protelação. Apelo para que o Conselho não atrapalhe o bom andamento da representação”, afirmou Alencar.

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O presidente do Conselho não mudou sua posição e anunciou que nesta quinta-feira serão analisados apenas os casos menos polêmicos do Conselho de Ética: os processos contra Chico Alencar (PSOL-RJ) e Alberto Fraga (DEM-DF).