Visita de Oviedo causa polêmica na Assembléia

A Assembléia Legislativa cedeu ontem um espaço de 15 minutos para o ex-candidato a presidente do Paraguai, ex-general Lino Cesar Oviedo. Exilado político no Brasil, ele teve os direitos cassados depois de protagonizar uma tentativa de golpe militar em seu País. Ele foi condenado a uma pena de 10 anos de prisão por tentativa de golpe em 1996 contra o então presidente Juan Carlos Wasmosy.

Oviedo também é acusado de ter ordenado, em março de 1999, o assassinato do vice-presidente Luiz Argaña e de sete manifestantes, fato que também lhe valeu abertura de novos processos. No início deste ano, o STJ (Supremo Tribunal de Justiça) rejeitou um pedido de extradição encaminhado pela Justiça paraguaia.

O ex-general esteve na Assembléia a convite do vice-presidente, Natalio Stica (PT). Ele foi saudado por alguns deputados, mas causou constrangimento em outros. O deputado José Maria Ferreira (PDT) disse que a Mesa Executiva deveria ter avaliado melhor a situação de Oviedo antes de lhe dar a palavra em plenário. “Ele está exilado e, ao que consta, nesta condição, não tem direito de participação política. Acho que pega mal para a Assembléia oferecer a tribuna para que ele se manifeste”, criticou.

O deputado Augustinho Zucchi (PDT) também considerou “estranha” a participação de Oviedo na sessão. “Eu não entendi. Mas, se realmente tem 70% de aprovação do povo paraguaio, como dizem, ele já teria legitimidade para voltar ao seu país”, afirmou.

Já o líder do governo, Angelo Vanhoni (PT), os deputados Jocelito Canto (PTB), Dobrandino da Silva (PMDB) e Fernando Carli (PPB) fizeram discursos saudando o ex-general paraguaio.

Oviedo disse, na tribuna, que está sendo vítima de uma perseguição política e que nenhuma das acusações contra ele foram comprovadas. Além de discursar na tribuna, o ex-general foi convidado a se sentar à mesa junto a Stica e outros com integrantes da Mesa Executiva..

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