Vice do TC, Quielse morre em Curitiba aos 69 anos

O vice-presidente do Tribunal de Contas (TC), Quielse Crisóstomo da Silva, faleceu na madrugada de quarta-feira no Hospital Nossa Senhora do Pilar. Ele foi velado no plenário do TC e o enterro foi restrito a familiares. O conselheiro estava com 69 anos, era casado e tinha quatro filhos. Nas próximas semanas deverá haver uma eleição para preencher o cargo deixado por Quielse.

O corpo do vice-presidente chegou ao TC por volta das 10h e foi velado até as 17h. O presidente do TC, conselheiro Heinz Georg Herwing, disse que todo o estado perde com a morte de Quielse. "Ele ocupou vários cargos em todas as esferas do governo, legislativo e executivo. Foi professor de muita gente, inclusive para mim. Sabia como discutir as coisas, usando o bom senso", disse.

O governador Roberto Requião permaneceu no velório por aproximadamente 30 minutos e prestou solidariedade à viúva e aos filhos do conselheiro. "Quielse era um amigo antigo, foi deputado junto comigo e atualmente almoçávamos juntos todas as quartas-feiras. Além disso, ele gostava muito de animais, assim como eu. Hoje perdi um amigo", lamentou o governador, que decretou luto oficial de três dias no Paraná.

Para o vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, a morte do conselheiro será uma perda sentida por todos. "Ele foi um político arrojado, muito dedicado à causa pública e, com isso, construiu uma trajetória belíssima. Essa perda será sentida por todos os paranaenses", comentou Pessuti. Quielse também foi companheiro do presidente da Assembléia Legislativa (AL), Hermas Brandão, enquanto esteve no legislativo. "Ele foi um lutador das causas municipais, defensor do estado. Cumpriu sua obrigação como cidadão", disse.

Nascido em Bocaiúva do Sul (PR), Quielse foi seis vezes deputado estadual, participando de inúmeras comissões da Assembléia Legislativa. Como engenheiro civil teve papel relevante em várias ações do Poder Público Estadual, revelando-se sanitarista com larga folha de serviços prestados ao Paraná, reconhecido com a outorga de inúmeros títulos de cidadão honorário de municípios paranaenses. Tomou posse no cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Paraná em 31 de maio de 1990. No Tribunal ocupou a presidência em 1999 e 2000, foi vice-presidente por cinco vezes e também desempenhou as funções de presidente do Conselho Superior e de corregedor-geral.

AL já discute o nome de substituto

Elizabete Castro

Com a morte do conselheiro Quielse Crisóstomo, ontem em Curitiba, a Assembléia Legislativa começa a discutir a indicação de um substituto para a vaga no Tribunal de Contas. O presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), disse ontem que na próxima quinta-feira, dia 16, abrirá oficialmente as inscrições para os interessados em se candidatar à vaga de conselheiro. Ontem, o vice-governador Orlando Pessuti era apontado nos círculos políticos como um possível candidato ao cargo.

Conforme a Constituição Estadual, as sete vagas de conselheiros são preenchidas de forma alternada entre o governo do Estado e a Assembléia Legislativa. Três são de indicação do governador, que tem uma para livre escolha, e as outras duas devem sair do quadro de procuradores e auditores. As outras quatro são preenchidas por indicação da Assembléia Legislativa.

O mais recente conselheiro nomeado no TC foi Fernando Guimarães, escolhido pelo governador Roberto Requião (PMDB) entre os procuradores. Desta vez, como a definição do futuro conselheiro cabe à Assembléia Legislativa, a inscrição está aberta a qualquer cidadão. Na Lei Orgânica do Tribunal de Contas, aprovada pelos deputados estaduais no ano passado, o governador Roberto Requião vetou a exigência de formação em Direito para concorrer ao cargo de conselheiro. Como o veto ainda não foi apreciado, a necessidade de um diploma na área se mantém.

Historicamente, os deputados estaduais costumam indicar ex-colegas ou atuais parlamentares para o Tribunal de Contas. Ainda este ano, nova vaga será aberta com a aposentadoria do conselheiro Rafael Iatauro, que completará setenta anos em julho, idade limite para continuar a exercer a função.

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