Via Campesina deixa sede do Incra em Porto Alegre

Centenas de manifestantes ligados aos movimentos da Via Campesina começaram a sair do pátio dos prédios da Receita Federal e do Incra no início da noite desta quinta-feira, em Porto Alegre, depois de promoverem uma série de protestos na capital gaúcha. O grupo estava acampado no local desde terça-feira,16, e cumpriu decisão da Justiça, que concedeu reintegração da posse dos terrenos à União por entender que a presença de tantas pessoas nas vias de acesso aos edifícios violava a liberdade de locomoção de funcionários e contribuintes, sobretudo nesta época de entrega das declarações do Imposto de Renda. O expediente dos órgãos estava suspenso desde a ocupação.

Durante o dia, os manifestantes promoveram uma passeata e um ato público diante do Palácio Piratini. A Via Campesina quer a aceleração da reforma agrária, mais escolas, infraestrutura, incentivo à produção de alimentos saudáveis e à permanência do jovem no campo. O governador Tarso Genro deixou seu gabinete, foi à rua conversar com os participantes do protesto e disse que a União e o Estado estão elaborando um programa de investimentos de R$ 100 milhões nos assentamentos e nas pequenas propriedades rurais do Rio Grande do Sul. Depois disso, o militantes voltaram ao acampamento, souberam da decisão da Justiça, e passaram a recolher seus pertences para viajar de volta ao interior.

Antes da movimentação da Via Campesina, a Central Única dos Trabalhadores e outros movimentos sociais também haviam feito passeatas para pedir o fim do fator previdenciário e a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salários.