‘Vejo um avanço enorme na postura da Dilma’, diz Tasso

Ao assumir o comando do Instituto Teotônio Vilela de estudos e pesquisas do PSDB hoje, o ex-senador e ex-governador cearense Tasso Jereissati comparou os comportamentos da presidente Dilma Rousseff e do antecessor Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). Depois de reclamar que havia passado oito anos assistindo ao governo Lula dizer que “o Brasil começou hoje”, além de “hostilizar, desrespeitar e criticar” a oposição, Tasso emendou sobre a presidente: “Vejo um avanço enorme na postura da Dilma. Finalmente tem alguém com jeitão de presidente.”

O elogio veio na sequência da divulgação da carta que Dilma enviara ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) na semana passada, felicitando-o como político e intelectual pelos 80 anos de vida. No texto, Dilma diz explicitamente – o que dirigentes do PT e o próprio Lula jamais fizeram – que FHC “contribuiu decisivamente para a consolidação da estabilidade econômica” no Brasil. A correspondência foi entregue ao ex-presidente pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, que também foi ministro do presidente tucano.

Na carta, cuja íntegra foi publicada em um site especialmente montado para comemorar o aniversário do tucano, Dilma afirma que o ex-presidente se destacou, ao longo de sua trajetória, como “acadêmico inovador”, “político habilidoso” e “ministro-arquiteto de um plano duradouro de saída da hiperinflação”. E em referência ao papel de FHC na consolidação do regime democrático, a presidente citou também o “espírito do jovem que lutou pelos seus ideais, que perduram até os dias de hoje”.

Na posse, sem a presença de seu principal cabo eleitoral – o senador Aécio Neves (MG) -, Tasso tomou a gestão Fernando Henrique como parâmetro, no entanto, para criticar as administrações petistas. Disse que nem Lula nem Dilma apresentaram um projeto de longo prazo para o País e que ambos “trabalham de maneira errática, sem visão de estadistas e focados em políticas imediatistas”.

Em sua fala aos dirigentes nacionais do PSDB, o novo presidente do ITV classificou a era FHC como um “projeto de estadista” e disse que esse padrão de governança não contempla popularidade. Ao contrário, “enfrenta desgastes para implantar reformas estruturantes, não ficando só em medidas conjunturais”. O atual governo, na visão do tucano, pelo menos não fica “365 dias por ano desrespeitando, hostilizando e criticando o que não foi você mesmo que fez, para se tornar popular”.