União e Estado fazem duelo de máquina pública em SP

O duelo entre tucanos e petistas pelo governo de São Paulo refletirá a queda de braço entre as máquinas do Estado e da União. Repasse de verbas a prefeitos, nomeações e investimentos em publicidade, atos rotineiros de administrações públicas, tornam-se ingredientes fundamentais da mais acirrada disputa entre PT e PSDB. Enraizado no poder há 16 anos em São Paulo, o PSDB se escora na influência de Geraldo Alckmin como ex-governador à espera de uma vitória. Para o PT, o poder de sedução do presidente Lula sobre prefeitos é arma poderosa do senador Aloizio Mercadante – além da inédita coesão da sigla no Estado.

Prefeitos da oposição admitem que, sob Lula, a distribuição de verbas não privilegiou só aliados. Há petistas que reconhecem que também Serra adotou critérios “republicanos” na distribuição de verbas, como o prefeito de Osasco, Emídio de Souza, coordenador político da campanha de Mercadante: “Ele foi correto comigo”. O líder do PT na Assembleia, Antonio Mentor, contesta e afirma que o PSDB fez repasses “monstruosamente menores para a oposição”.

O total gasto pelo Estado com convênios foi de R$ 775 milhões em 2008, cerca de R$ 795 milhões em 2009, e há um montante de repasses empenhado (comprometido) até o momento de R$ 491 milhões. O PT argumenta que o gasto per capita (soma de populações governadas pelo PT e pelo PSDB) evidencia o tratamento diferenciado. Em 2009, por exemplo, o PSDB teve repasse per capita de R$ 17,26 e o PT de R$ 3,24. O governo estadual nega e rejeita esse critério de análise do PT.

Segundo o Portal Transparência, do governo federal, o volume total de investimentos da União em municípios de São Paulo, considerando transferências obrigatórias e convênios, está em linha ascendente. No primeiro ano do segundo mandato de Lula, o governo federal destinou R$ 10,8 bilhões ao Estado, valor que alcançou quase R$ 16 bilhões em 2009. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.