Lideranças tucanas criticaram ontem, 4, o deputado federal Ricardo Barros, presidente estadual do PP, que defende antecipação das decisões do PSDB sobre a candidatura ao governo no próximo ano.
“O que o Ricardo Barros fala não tem a menor importância para nós”, reagiu o presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, irritado com o que considera como cobrança indevida do dirigente do PP.
Ontem, Barros divulgou uma pesquisa de intenções de votos mostrando que o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), tem 42% da preferência dos eleitores e o senador Osmar Dias (PDT) está com 37%.
A pesquisa, encomendada pelo PP aos institutos DataVox Brasil e Souza Lopes, empresas de Curitiba, mostra o vice-governador Orlando Pessuti (PMDB) com 6%, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo (PT), com 2% e o presidente do Instituto Ambiental do Paraná, Vitor Hugo Burko (PV), com 1%. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais. Foram ouvidos 2.500 eleitores, durante o mês de abril, em 109 municípios.
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| Osmar: pivô da discordia. |
O presidente estadual do PP disse que a pesquisa reproduz números semelhantes a sondagens anteriores, sinalizando para uma situação estável das candidaturas.
E que, neste contexto, caberia ao PSDB definir se apoia a candidatura do senador Osmar Dias ou se mantém a decisão de candidatura própria como aprovou a executiva estadual do partido, no início do ano, em que também foi apresentada a pré-candidatura do senador Alvaro Dias ao governo. Na pesquisa divulgada ontem por Barros, o nome de Alvaro não foi pesquisado.
“A decisão está com o PSDB. Eles devem tomá-la quando entenderem que devem. Mas se demorar, talvez provoque uma decisão do senador Osmar Dias de caminhar com outra ala”, afirmou o dirigente estadual do PP, referindo-se às negociações entre PT e PDT para a sucessão estadual.
Quer mandar
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| Barros: eles devem decidir. |
Os tucanos não gostaram da cobrança. Para o líder da bancada do PSDB na Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano, o presidente do PP está agindo para favorecer sua candidatura ao Senado.
“Não é o Ricardo Barros que vai ditar normas para o PSDB. Nós queremos o entendimento com o senador Osmar Dias, mas o deputado Ricardo Barros só está advogando a candidatura dele ao Senado. Isso é normal. Mas nós não vamos atropelar o processo para salvar a candidatura dele”, atacou.
Rossoni afirmou ainda que o deputado do PP está defendendo os interesses do presidente Lula (PT) no Estado, que trabalha para uma aliança entre o seu partido e Osmar, oferecendo um palanque no Paraná para a candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à sua sucessão.
“Ele é vice-líder do governo Lula e não tem que dar pitaco no PSDB. Ele tem é que pedir para o PT se definir. Ele é aliado do PT”, disse o presidente estadual do partido.
Barros é um dos vice-líderes do governo federal na Câmara dos Deputados, mas no Paraná, o PP é um dos aliados do PSDB. Em Curitiba, o PP participa da administração do prefeito Beto Richa.