TSE aumentará número de brasileiros no exterior em dia com a justiça eleitoral

Brasília – A cantora Priscila Ribas mora há quatro anos na Itália, onde estuda canto lírico no Conservatório de Música Guido Cantelli, na província de Novara. Apesar de defender que os brasileiros que moram no exterior devem participar da vida política do seu país, ela não votou nas eleições presidenciais de 2006, por falta de informação sobre o processo eleitoral.

?Não me informei sobre os meus direitos de votar aqui e não me importei, achei que o meu voto não faria tanta falta?, justifica. Ela conta que, mesmo fazendo o registro no consulado italiano quando chegou ao país, não recebeu nenhuma informação sobre as eleições. ?Eu já recebi propaganda de um show, mas não recebi isso, é um absurdo?, reclama.

Assim como ela, a maioria dos brasileiros que mora no exterior não faz seu alistamento eleitoral. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, existem atualmente cerca de 3,5 milhões de brasileiros vivendo fora do país. Enquanto isso, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pouco mais de 100 mil pessoas têm sua situação regularizada com a justiça eleitoral, o que representa 0,079% de todo eleitorado brasileiro e 2,85% dos brasileiros que moram no exterior.

Para mudar essa realidade, o TSE decidiu lançar uma campanha educativa sobre a importância do voto também para quem mora fora do país. A peça principal da campanha é um vídeo institucional que está sendo veiculado nas emissoras brasileiras no exterior.

Segundo o assessor chefe de comunicação do TSE, Renato Parente, o objetivo da campanha é aumentar a base dos eleitores brasileiros no exterior. ?Além de ser uma obrigação legal e constitucional, é importante manter um elo com o país de nascimento. Queremos dizer a eles [os eleitores] que eles também têm responsabilidade, que é importante a participação deles no destino do país?, diz Parente.

Parente explica que, mesmo não tendo eleições presidenciais no próximo ano, a campanha está sendo veiculada agora porque o objetivo não é apenas ampliar o cadastro para uma única eleição e sim, mudar a cultura desses brasileiros que residem no exterior.

Priscila Ribas garante que, se ainda estiver fora do país, pretende participar das próximas eleições para presidente da República. ?Uma das maiores preocupações de quem está no exterior é como está a família. Se estão bem, quanto custa os impostos, o salário, os perigos da vida. Então, se essa é uma das preocupações maiores, votar e tentar mudar a realidade também deveria ser?, conclui.

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