TRE: No RJ, 472 foram detidos por boca de urna

No Rio de Janeiro, 472 pessoas foram detidas acusadas de fazer boca de urna (distribuir material de propaganda de candidatos), o que é proibido no dia da eleição. Entre elas estão 27 candidatos a deputado. Dessas detenções, 236 ocorreram na capital e as demais no interior do Estado. O balanço é do Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ). Segundo o órgão, 724 das 32.675 urnas usadas no Estado apresentaram defeitos e tiveram que ser substituídas.

O TRE-RJ não informou o nome de todos os candidatos detidos fazendo boca de urna, mas entre eles estão Bombeiro Nascimento (PROS), Marcelo Borges (PDT), Dr. João Batista (PT) e Everton Gomes (PDT).

Dezoito das pessoas flagradas fazendo boca de urna foram detidas por militares que patrulham o Complexo de Favelas da Maré, na zona norte. De acordo com o coronel do Exército Marcos Freire, não houve registro de troca de tiros na comunidade até a tarde de hoje.

A Maré está ocupada desde abril por 2,5 mil integrantes das Forças Armadas. Confrontos entre militares e criminosos se intensificaram a partir de setembro e, na última quarta-feira, a avenida Brasil foi interditada por blindados durante tiroteio. Soldados do Exército, armados com fuzis, fizeram ronda ontem de jipe por vielas da Maré. Além dos 18 presos, dois veículos foram apreendidos.

Rocinha

Na maior favela do Rio, a Rocinha, a movimentação de cabos eleitorais e candidatos foi intensa desde cedo. Houve também longas filas. Por volta das 9 horas, ouviram-se tiros na favela, mas a polícia não registrou nenhum crime. Cada local de votação na Rocinha tinha em média dois policiais militares organizando a entrada dos eleitores.

A doméstica Marina Rodrigues, 51 anos, chegou às 7h30 para poder aproveitar o resto do domingo. “Já sei meus candidatos. A gente tem que votar para manter a documentação em dia, mas todos prometem e não fazem nada”, criticou.

A Rocinha é uma das 41 comunidades citadas no relatório enviado em agosto pela Secretaria Estadual de Segurança ao TRE-RJ, listando áreas dominadas por milícias ou por quadrilhas envolvidas em tráfico de drogas onde candidatos sofreram restrições para fazer campanha. A relação incluiu dez favelas que o governo estadual informa estar pacificadas, entre elas a Rocinha.