Testemunhas ligadas ao Grupo Bertin relataram ao juiz federal Sérgio Moro, nesta quarta-feira, 21, ter feito pagamentos e negociações de preços relativos a reformas do Sítio Santa Bárbara, atribuído pelo Ministério Público Federal ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O processo entrou na fase de instrução – produção de provas – no dia 5 de fevereiro e, desde então, delatores e testemunhas de acusação têm prestado depoimento.

continua após a publicidade

Segundo a denúncia, no fim de 2010, Bumlai se comprometeu a ajudar na reforma e na ampliação do sítio para que Lula “pudesse passar os finais de semana e acomodar parte da mudança presidencial”. A Lava Jato afirma que, para ocultar a origem dos recursos, Bumlai pediu a seu sócio na Usina São Fernando, Reinaldo Bertin, que os pagamentos da reforma na propriedade rural fossem feitos a partir de empresas do Grupo Bertin.

continua após a publicidade

Em depoimento nesta quarta, Reinaldo Bertin confirmou que Bumlai pediu que ele pagasse por uma obra no sítio de Atibaia. “O Zé Carlos Bumlai pediu que ele ia usar o engenheiro da (Usina) São Fernando lá (no sítio), pediram para ele contratar essa obra”, relatou. “O Bumlai pediu que acertasse o consultor lá que ele ia creditar para nós na lá na conta que nós tínhamos na Usina.”

continua após a publicidade

Bertin disse a Moro que Bumlai não relatou de quem era a obra. “Ele falou que tinha uma obra aqui perto de São Paulo para executar e ele tinha falado, ia falar com o Emerson para ver para ele isso aí. Só falou que ele tinha uma obra para executar, era coisa simples”, declarou.

Já Ana Carolina de Souza, engenheira da Contern – que tem acionistas em comum com o Grupo Bertin -, relatou ter negociado preços para a reforma da estrutura metálica do sítio. “Foi solicitado pelo engenheiro Emerson da Usina São Fernando que eu negociasse a proposta. Era de R$ 260 mil e foi negociada em R$ 225 mil. Eu fiz a parte comercial”.

Osvaldo Solfa, que diz fazer a administração das contas da família dona do grupo, afirmou ter feito pagamentos para a empresa Rema Participações – apontada pela PF por pagar o arquiteto responsável pela obra, que é ligado à família Bumlai.

Defesa

Com a palavra, o advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula

“Roberto Teixeira é advogado há quase 50 anos, foi presidente em duas oportunidades da Subseccional de São Bernardo do Campo da Ordem dos Advogados do Brasil. É especialista em Direito Imobiliário e sua atuação relatada no depoimento prestado hoje (21/02) por João Nicola Rizzi, do 23º. Tabelião de Notas de São Paulo, mostra a prática de atos estritamente relacionados à advocacia por parte de Teixeira.

Rizzi confirmou que a escritura de venda e compra do sítio de Atibaia foi firmada pelos proprietários Fernando Bittar e Jonas Suassuna no escritório de Teixeira, da mesma forma como ocorreu com outros clientes do advogado.

A tentativa de criminalizar atos inerentes à advocacia, como ocorre em relação a Roberto Teixeira, é uma clara tática de “lawfare”, objetivando, no caso concreto, fragilizar a defesa do ex-presidente Lula. Teixeira é advogado de Lula há mais de 30 anos e o escritório do qual é sócio-fundador é um dos que representa o ex-presidente nas ações penais a que ele responde”.

Assessoria de imprensa de Roberto Teixeira