Testemunha cita desvio para PT na CPI da Bancoop

O técnico em edificações Hélio Malheiro afirmou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop) que recursos da entidade foram desviados para campanhas do PT em 2002. Acusou João Vaccari Neto, na época diretor financeiro da cooperativa e hoje tesoureiro do PT, de fazer parte do “esquema fraudulento”. Também disse que seu irmão, Luís Malheiro, então presidente da Bancoop, foi pressionado a liberar valores para o partido.

Dizendo-se ameaçado, Hélio está no Programa de Proteção a Testemunhas desde 2008. Com rosto coberto por um capuz, ele chegou à Assembleia Legislativa de São Paulo escoltado por 12 policiais armados e depôs em sessão reservada diante de sete parlamentares. O áudio do relato foi transmitido para o plenário.

Na sessão, o técnico leu o depoimento que deu ao Ministério Público há dois anos e entregou à CPI planilha de 2002 que aponta “entrada de dinheiro da Bancoop” com destaque para 11 operações que somam R$ 900 mil supostamente repassados a empresas de dirigentes da cooperativa. “Hélio Malheiro não é testemunha isenta”, rechaçou o advogado Pedro Dallari, da Bancoop.