Terceira chapa no PMDB acirra disputa em Curitiba

Mais um grupo entrou na disputa pelo comando do diretório do PMDB de Curitiba, na convenção do próximo domingo. Conforme cópia do pedido de registro, datado da última sexta-feira, dia 17, a terceira chapa foi inscrita pelo “Movimento Democrático de Base”, que reuniria apenas militantes peemedebistas. Um dos integrantes da chapa, o publicitário Luiz Antunes Rodrigues, disse que se trata de um movimento independente, destinado a forçar o reconhecimento da base do partido que tem sido ignorada pelos dirigentes.

A nova chapa vai dividir os votos do setor do partido que defende o lançamento de um candidato próprio à prefeitura de Curitiba nas eleições municipais do próximo ano. O “Movimento Democrático de Base” tem a mesma posição da chapa encabeçada pelo diretor-geral do Detran, Marcelo Almeida, e apoiada pelo presidente estadual do partido e pré-candidato à prefeitura, deputado federal Gustavo Fruet, que está concorrendo com a ala que defende o apoio do PMDB à candidatura do petista Angelo Vanhoni.

Antunes disse que seu grupo não se juntou à outra chapa porque não conseguiu ser recebido pelo grupo de Marcelo. De acordo com o militante, havia o interesse em participar da chapa pró-candidatura própria, mas seu grupo não foi recebido por Marcelo para conversar sobre o assunto. “Nós tentamos um contato, mas ele nunca nos deu retorno”, comentou.

Antunes também criticou o presidente municipal do partido, Doático Santos, integrante da chapa que defende a aliança com o PT no primeiro turno e o apoio à candidatura do deputado estadual Ângelo Vanhoni. O militante responsabilizou Doático pela extinção das zonais do partido, único espaço considerado aberto para o debate com a militância.

O presidente do diretório municipal, Doático Santos, classificou a terceira chapa como um “cavalo de tróia” colocado na disputa pelo grupo adversário. “É uma provocação deles. Mas eu não tenho disposição de impugnar porque é isso que eles querem, para depois me acusar”, afirmou Doático. Ele disse que vários dos integrantes da chapa não são filiados ao PMDB.

Gustavo Fruet disse que não pretende alimentar o bate-boca com o presidente municipal do partido, mas classificou a acusação como “leviana”. Gustavo sugeriu que a terceira chapa foi uma invenção do grupo de Doático para dividir a votação da chapa pró-candidatura própria. “Minha avó já dizia: quando a esperteza é muito grande, vira bicho e come o esperto”, disse o presidente estadual.

Regras já estão definidas

A comissão executiva municipal do PMDB esteve reunida, no final da tarde de ontem, para acertar os detalhes da convenção, marcada para este domingo. Dividido em três chapas – a que defende a candidatura própria, a que quer a aliança com o PT no primeiro turno, e outra que não definiu de que lado está – a disputa deverá ser acirrada, já que nomes de peso compõem as chapas.

Além da lista com os nomes dos militantes que estão aptos a votar, foram discutidos questões práticas da votação, como o uso da urna cedida pelo Tribunal Regional Eleitoral, o número de mesas de votação e a composição das chapas.

Segundo o vice-presidente do Diretório Municipal, vereador Celso Torquato, ainda existe a possibilidade de uma composição, mas este assunto não foi discutido ontem. Na terça-feira Torquato almoçou com o presidente municipal, Doático Santos, na busca de uma união. “Estou tentando contornar a situação, para evitar um bate-chapa, já que neste caso o partido só tem a perder. Ainda acredito ser possível uma composição. Não podemos antecipar a discussão do ano que vem”, disse o vereador.

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