O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e o governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho (PSDB), inauguraram nesta terça-feira (16), debaixo de vaias, o Hospital Geral do Estado Professor Osvaldo Brandão Vilela (HGE), construído com recursos do governo federal e do Estado. A cerimônia de inauguração seria no estacionamento, mas foi transferida para dentro do hospital por causa dos manifestantes – estudantes da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) e servidores do Movimento Unificado da Saúde, que portavam faixas, cartazes, apitos e gritavam palavras de ordem.

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Na chegada, o governador disse que recebia as vaias como crítica e homenagem. “Vejo como crítica porque os manifestantes têm suas razões e me levam a refletir sobre elas, e como uma homenagem ao ‘velho’ Teotônio Vilela, meu pai, que lutou muito para que as pessoas tivessem direito à liberdade de manifestação neste País. Por isso, eu vejo as vaias com uma manifestação legítima dentro do processo democrático.” No seu discurso, o governador voltou a se referir às vaias e após a solenidade, disse que só ficou com raiva porque “vaiaram até o Hino Nacional e a oração do ‘Pai Nosso'”.

O ministro Temporão achou “estranho” uma manifestação de protesto durante a cerimônia de entrega de uma obra tão importante, um hospital geral com 410 leitos, que custou R$ 20 milhões, sendo R$ 15 milhões em obras e R$ 5 milhões em equipamentos. Desses recursos, Alagoas entrou com R$ 6,7 milhões e o Ministério da Saúde, com R$ 14,2 milhões, dos quais ainda falta repassar cerca de R$ 2 milhões. “Por isso, para mim Alagoas merece aplausos e não vaias.”

Segundo Temporão, o Ministério da Saúde tem prioridades. Uma delas, disse, é a Emenda Constitucional 29, que trata do repasse de recursos para a saúde. “O Brasil precisa de uma saúde mais eficiente e nós estipulamos metas para os governos para que possamos avançar”, afirmou. O ministro disse que tem um carinho enorme por Alagoas e lembrou que passou uma temporada em Maceió no ano de 1980, quando lecionou pela Fundação Oswaldo Cruz.

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Cobranças

Apesar do discurso otimista do governador – que se referiu a R$ 10 bilhões em investimentos públicos e provados nos próximos dois anos ao Estado -, os manifestantes não pararam de protestar. Eles cobravam mais recursos para a saúde e mudanças na direção da Uncisal, que ficou em último lugar na avaliação do Ministério da Educação (MEC), sobre o desempenho das universidades brasileiras.

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