Menos de uma semana depois de ser submetido a um procedimento cirúrgico para desobstruir três artérias do coração, o presidente Michel Temer, de 77 anos, não está adotando com rigor as recomendações médicas. O presidente continua com uma agenda extensa e programa, inclusive, uma viagem de helicóptero no próximo sábado, 02, o que foi contraindicado pela equipe médica que o atende.

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Segundo apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, o cardiologista do presidente, Roberto Kalil, vetou que Temer realizasse uma viagem essa semana para o Rio de Janeiro, onde estava previsto um sobrevoo de helicóptero em regiões como Petropolis e Volta Redonda. A argumentação do médico é que o transporte tem uma instabilidade que pode ser prejudicial ao paciente.

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Apesar disso, Temer programou e avisou que pretende usar o helicóptero no sábado, quando irá a Americana e Limeira, no interior de São Paulo, participar de lançamento de obras do Minha Casa, Minha Vida, ao lado do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

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De acordo com auxiliares do presidente, Kalil tem telefonado para Temer ao longo dos dias para “puxar a orelha” e averiguar o seu estado de saúde. O médico não proibiu que o presidente continue trabalhando, mas tem reforçado que é preciso ter um ritmo mais “moderado” e com “mais descanso”.

A resistência de Temer a diminuir o ritmo de trabalho, segundo relatos, foi constatada ainda no hospital, quando o presidente pediu para ter alta o quanto antes. Na ocasião, a equipe médica conseguiu “segurar” o presidente até segunda de manhã. Ao chegar em Brasília, no entanto, Temer veio ao Planalto despachar normalmente.

Segundo pessoas próximas ou que estiveram com o presidente nos últimos dias, Temer justifica a quebra de recomendação médica afirmando estar “bem” e “disposto”. “Ele tem trabalhado mais do que deveria, mas já viu que vai ter que diminuir o ritmo”, ponderou um ministro, ressaltando que o perfil do presidente é “incansável”.

Temer, inclusive, tem dado demonstrações de que não deve diminuir o ritmo. Além da viagem de sábado, o presidente já pediu para agendar com líderes e presidentes de partidos um encontro no próximo domingo.

Nas agendas previstas para os próximos dias – que até o momento estão mantidas – o presidente deve cumprir ir ao Rio Grande do Sul no dia 7 e a Buenos Aires, na Argentina, no dia 10 de dezembro para participar da sessão de abertura da Conferência da Organização Mundial do Comércio (OMC).