Informado nesta terça-feira, 17, pela reportagem da decisão da Executiva do PDT de expulsá-lo do partido, o senador Telmário Mota (RR) acusou o presidente da legenda, Carlos Lupi, de “cara de pau” ao comandar sua expulsão da sigla por ele ter votado a favor da PEC do Teto dos Gastos.

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O parlamentar criticou duramente Lupi, lembrando que ele deixou o Ministério do Trabalho em 2011, no governo Dilma Rousseff, sob acusações de corrupção. Ele disse que, com a decisão, o PDT indica que roubar é “plausível”, mas ninguém pode ter opinião própria.

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“O Lupi está fechando o PDT, reduzindo o partido a nada”, reclamou ele, em entrevista exclusiva, contando estar filiado ao partido há 20 anos. Ele disse que, mesmo sem ajuda da direção nacional, fez o partido crescer em Roraima na última corrida municipal, com a eleição de ao menos um vereador em cada um dos 15 municípios de Roraima e ainda um prefeito.

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O senador disse não ter sido informado do fechamento de questão do partido para votar a favor da PEC do Teto. Ele contou não ter votado no mérito do primeiro turno na PEC, tendo apresentado uma emenda para tentar retirar o que considera o congelamento da saúde e da educação do limitador. Contudo, a emenda foi rejeitada em plenário. Foi no segundo turno, disse, que acabou votando a favor da PEC por considerar que o resultado já era previsível. “A Inês estava morta, não tinha como (reverter)”, disse.

Telmário disse que fará questão de apresentar a sua defesa ao Diretório Nacional do PDT. O senador afirmou que deseja olhar a “cara de pau” dos integrantes da Executiva e do presidente do partido de expulsar um “homem honesto”. Ele disse estar “tranquilo” e, por ora, não vai procurar outra legenda para se filiar.

O senador questionou ainda o fato de a direção do partido não ter feito qualquer tipo de punição para o deputado Weverton Rocha (PDT-MA), autor da emenda que alterou o projeto das 10 medidas do pacote anticorrupção.

Se confirmada a saída de Telmário do partido, a bancada do PDT será reduzida a um terço em relação à última eleição geral, em 2014 – uma queda de seis para dois integrantes. Deixaram a legenda, desde então Reguffe e Cristovam, ambos eleitos pelo Distrito Federal, e Lasier Martins (RS), em dezembro passado. Ficariam apenas Acir Gurgacz (RO) e Zeze Perrella (MG), que tem conversado com integrantes do PMDB para sair do partido.