Supremo julga Palocci e Planalto já faz plano para 2010

O governo espera que o Supremo Tribunal Federal (STF) abra hoje o caminho para a candidatura do deputado Antonio Palocci (PT-SP) ao governo de São Paulo nas eleições do próximo ano. A expectativa é de que a maioria dos ministros da Corte rejeite um pedido do Ministério Público Federal (MPF) para que seja aberta uma ação criminal contra o parlamentar.

Palocci é acusado de envolvimento na operação de quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, o Nildo, e na divulgação indevida dessas informações. À época ele era ministro da Fazenda, cargo que perdeu em decorrência do episódio. A eventual absolvição do deputado beneficiará também o ex-presidente da Caixa Econômica Federal (CEF) Jorge Mattoso e o ex-assessor de imprensa do Ministério da Fazenda Marcelo Netto, os dois outros envolvidos no caso.

A violação ao sigilo ocorreu em março de 2006, dois dias após o Estado publicar entrevista com o caseiro, na qual Nildo relatou que Palocci, ex-prefeito de Ribeirão Preto, frequentava reuniões com lobistas em uma casa em Brasília, onde haveria festas e partilha de dinheiro. O grupo ficou conhecido como “república de Ribeirão”.

De olho na eleição de 2010, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanhará hoje pela televisão a sessão do Supremo. Lula acredita na absolvição de Palocci e aposta nisso para trazê-lo oficialmente de volta aos holofotes, como candidato ao governo de São Paulo. O presidente entende que a biografia do deputado petista – um ex-ministro com trânsito no empresariado paulista – teria o condão de derrotar qualquer candidato da oposição no principal colégio eleitoral do País.