Stica aposta em aliança com PMDB

O ex-líder do governo Natálio Stica (PT) disse ontem que para salvar a aliança PT-PMDB em 2006, o governador Roberto Requião (PMDB) precisa ter, o quanto antes, uma conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para resolver as pendências políticas. ?Pode haver um reencontro desde que o Lula e o Requião se acertem logo. Esse namoro tem que dar em noivado?, afirmou o petista, que pertence à ala mais afinada ao PMDB. Na reunião de ontem com o líder provisório do governo, compareceu metada da bancada do PT.

Para Stica, quanto mais Requião demorar para se reaproximar de Lula, mais se consolida no partido a defesa da candidatura própria ao governo. Embora o governador renove sempre seus votos de amizade em relação ao presidente Lula, as críticas à política econômica, ao ministro da Fazenda, Antônio Palocci, e sobretudo, a trincheira montada pelo peemedebista contra os produtos transgênicos distanciaram Requião do presidente, analisam petistas e peemedebistas.

Stica lembrou que, no final de semana, tanto a ala moderada do partido representada pela Unidade na Luta, quanto os setores mais à esquerda do PT, foram unânimes em defender a candidatura própria do partido ao governo. Um processo que já avançou e que somente uma intervenção de Brasília pode fazer retroagir. ?Os dois agrupamentos estão apontando pela candidatura própria?, disse Stica.

?Insaciável?

Parte do PMDB também compartilha da opinião de Stica. Para o vice-presidente estadual do partido, deputado Nereu Moura, é hora de acabar com o ?chove-não-molha? que tem orientado as relações entre os dois partidos. ?Essa situação vai ficar assim até que se defina a conjuntura nacional. O fato é que o Lula está fazendo de tudo para ter o PMDB no projeto nacional. E o PMDB deseja insaciavelmente ter o PT no projeto estadual. Estes projetos são claros, mas ninguém quer dizer. O PT faz de conta que o PMDB não é importante e o PMDB não tem se esforçado para manter o PT perto?, disse.

Para Moura, não há risco de o PT se mudar para a oposição ao governo pelo simples fato de que o partido, ou pelo menos um setor dele, está no governo. ?Não tem uma cidade que não tenha o nome de um petista em chefia do núcleo, seja na educação, saúde e outros. O PT é governo e não pode renegar essa realidade?, provocou Moura.

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