A Federação das Indústrias do Estado do Paraná (do Sistema Fiep) e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) deram entrada ontem em representação criminal junto ao Ministério Público para investigação de desvio de recursos do instituto no valor de R$ 7,7 milhões somente no período compreendido entre janeiro e setembro de 2003.

O desvio foi constatado por auditoria independende contratada pelo Sistema em novembro do ano passado. Como há indícios de que as irregularidades podem se estender a anos anteriores, os trabalhos prosseguirão e os resultados serão encaminhados ao Ministério Público para as providências cabíveis.

A auditoria do Sistema Fiep constatou que o IEL utilizava notas frias para encobrir aplicações irregulares dos seus recursos. Segundo o superintendente corporativo do sistema, Arthur Carlos Peralta, as notas que sustentavam o esquema eram fornecidas por um funcionário do terceiro escalão do Centro de Integração Tecnológica do Paraná (Citpar), organização não-governamental que fica sediada junto à Fiep mas não faz parte do sistema. “Este funcionário já foi afastado quando foi descoberto o esquema”, relatou Peralta, que não quis informar o nome do funcionário supostamente envolvido no caso.

Há suspeitas de que existia um grande esquema de desvio de recursos envolvendo secretarias de Estado da gestão passada, sindicatos e o Citpar.

Em maio e junho de 2003, a 2.ª Inspetoria de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado pediu a impugnação de despesas efetuadas pelo ex-secretário especial de Assuntos Estratégicos do governo do Estado na administração Jaime Lerner (PSB), Alex Beltrão.

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