Não haverá aumento real para os servidores estaduais neste ano. Isto é o que prevê o projeto de lei encaminhado pelo governador Beto Richa (PSDB) para apreciação da Assembleia Legislativa. A proposta do governo é que o funcionalismo seja contemplado com reajuste de 5,1%, que corresponde à reposição inflacionária do período entre as datas-bases. Este aumento abrange estatutários e comissionados. No entanto, ficam de fora o governador, seu vice e o secretariado, cujos vencimentos são regidos por legislação própria.
O anúncio causou indignação entre os servidores. “Sempre defendemos que todos os trabalhadores tivessem o mesmo tratamento, mas o governador está mostrando que tem política muito de “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”. Ele propõe aos empresários que o reajuste do mínimo regional seja de 10,34%, enquanto ele oferece metade aos seus funcionários”, reclama o coordenador do Fórum das Entidades Sindicais do Paraná (Fes-PR), Heitor Rubens Raymundo. O governo alega que o motivo de oferecer o reajuste inflacionário é a preocupação com a Lei de Responsabilidade Fiscal, que tornaria impossível aumento maior.
Perdas
De acordo com Raymundo, esta é a primeira vez em 10 anos que os servidores estaduais não recebem aumento real. “Tivemos perdas muito grandes durante o governo de Jaime Lerner, mas durante toda a gestão de Roberto Requião e até no primeiro ano de governo de Beto Richa sempre recebemos pelo menos um pouco de aumento real”, conta. Para ele, a administração estadual não teria necessidade de se preocupar com a Lei de Responsabilidade Fiscal se fosse mais “consciente”, o que poderia produzir receita maior para atender as necessidades dos funcionários. Atualmente, o menor salário de ingresso no Estado é de R$ 745,99 e o maior, R$ 4.214,40, segundo a assessoria de imprensa do governo.