O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), poderá ter 70% dos votos no Estado se for candidato à Presidência da República nas eleições 2010, avalia o secretário do Emprego e Relações do Trabalho e vice-presidente do Democratas paulista, Guilherme Afif Domingos. Para Serra atingir esse patamar, no entanto, Afif prega a formação de uma ampla aliança política em São Paulo, beneficiada pela aposta no fraco desempenho do PT.

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“O governador Serra, se tiver uma boa aliança política em sua base, pode encostar em 70% dos votos, já que o PT em São Paulo talvez passe por sua pior fase, até porque a maioria dos candidatos recebeu cartão vermelho”, disse. “E tem de aproveitar o momento para ocupar o espaço e fazer uma forte aliança”, completou Afif, que esteve nesta manhã em Ribeirão Preto (SP) para o lançamento do Mutirão do Emprego.

Afif avaliou que o governador paulista, se for o candidato do PSDB à sucessão de Lula, deve ainda puxar votos para o escolhido por ele para ser seu sucessor no Estado. A popularidade de Serra daria chances de vitória para qualquer candidato, mesmo que as pesquisas eleitorais atuais não apontem esse cenário. É o caso do secretário da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira, preferido dos Democratas para suceder Serra, mas que apresenta um desempenho pífio nas pesquisas. Enquanto isso, o nome do secretário de Desenvolvimento paulista, o ex-governador Geraldo Alckmin, está disparado nas liderança em todos os levantamentos.

Mesmo com a preferência não declarada do DEM por Aloysio, o secretário do Emprego e Relações do Trabalho disse que o PSDB terá de decidir qual nome será indicado para disputar o Palácio dos Bandeirantes pela aliança, que inclui ainda o PMDB em São Paulo. “Há o entendimento, na distribuição dos encargos, que o PSDB tem a prerrogativa de lançar o candidato a governador e, portanto, isso é um problema interno (do PSDB) o qual espero que seja resolvido da melhor forma possível”, afirmou.

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Indagado pela Agência Estado como andavam as articulações para uma possível filiação do prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos (PDT), ao DEM, Afif praticamente afastou essa possibilidade e ratificou o apoio do partido ao candidato de Serra. “O Hélio é uma boa liderança, mas eu não acredito que os Democratas terão surpresa sob o comando do Kassab (prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab) para apoiar o governador Serra”, afirmou.

Afif, que já declarou ser possível o apoio do DEM a uma chapa “puro-sangue” tucana na disputa presidencial formada por Serra e pelo governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), comemorou o acordo anunciado ontem por ambos para essa disputa. Segundo ele, não dá para imaginar um projeto à Presidência da República sem o entendimento entre Minas Gerais e São Paulo, dois dos maiores colégios eleitorais do País. “Não dá para pensar que (Serra e Aécio) estejam separados”, concluiu.

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Em Ribeirão Preto, Afif anunciou que o Mutirão do Emprego irá ofertar, por meio do programa Emprega São Paulo, 5 mil vagas, a maioria nos setores de telemarketing, supermercados, comércio varejista e limpeza. O secretário afirmou ainda que mesmo com os dados do nível de emprego de agosto ainda indisponíveis, a cidade paulista deve ser um dos destaques no Estado. “Ao contrário da região metropolitana de São Paulo, que enfrenta problemas na indústria de transformação, Ribeirão foi destaque”, finalizou.