Serra: greve dos professores foi propaganda antecipada

Pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra disse hoje que a greve dos professores da rede estadual em São Paulo, no mês passado, foi uma propaganda eleitoral antecipada. Nesta semana, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, publicou parecer onde considera procedente a denúncia apresentada pelos partidos de oposição em que acusam o Sindicato dos Professores de São Paulo (Apeoesp) de usar a greve da categoria, em março, para fazer propaganda eleitoral negativa contra Serra.

Os grevistas interromperam, na ocasião, uma cerimônia de inauguração de uma obra na capital com manifestações de repúdio e vaias ao então governador paulista. “A iniciativa da denúncia não foi minha – os autores são o PSDB e o DEM – mas eu também creio que foi propaganda antecipada”, disse Serra pouco antes de participar, hoje, da solenidade de posse do ministro Cezar Peluso na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF).

No parecer, enviado na véspera ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gurgel avaliou que, em vez de debater as condições de trabalho dos professores da rede estadual paulista, o movimento grevista mirou o candidato a presidente. Serra concordou com o parecer.

“Aquela realmente foi uma decisão tipicamente político eleitoral, a pretexto de uma ação sindical”, disse o presidenciável tucano.

O tucano se recusou a comentar os elogios recebidos do deputado Ciro Gomes (PSB-CE), que até agora vinha fazendo oposição ferrenha ao PSDB paulista e críticas severas ao governo tucano de Fernando Henrique Cardoso. Em entrevista ao portal IG, Ciro o considerou “mais preparado” do que a adversária petista Dilma Rousseff para governar o País. “Não vou fazer nenhuma declaração a esse respeito. Não costumo comentar questões de outros possíveis candidatos, ou não”, afirmou Serra. A candidatura Ciro está na iminência de ser oficialmente descartada pelo PSB.