Em um evento típico de campanha eleitoral promovido pelo Sindicato dos Bancários de Brasília, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a dizer na noite desta quarta-feira, 13, que não quer ser candidato para se proteger, mas para provar sua inocência. “Sendo candidato ou não sendo candidato, eles vão ter que nos engolir”, avisou.

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Lula reclamou que vão tentar proibir sua candidatura alegando que houve antecipação de campanha, por causa das caravanas e discursos que tem feito pelo País. “Se eles não sabem como consertar esse País, eu sei. Se não sabem cuidar do povo brasileiro, eu sei”, afirmou o ex-presidente, que mais uma vez fez críticas à imprensa.

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Lula foi recebido por militantes do PT e simpatizantes. A quadra comercial onde fica o sindicato foi interditada. Um palco e um telão foram colocados do lado de fora do prédio e músicos recepcionaram os convidados. No auditório da entidade, militantes ergueram na plateia cartazes com os dizeres: “Eleição sem Lula é fraude”. Participantes do ato pediram que Lula seja candidato à Presidência da República e prometeram se mobilizar no dia 24 de janeiro, data do julgamento do recurso da condenação do ex-presidente no Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

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O petista discursou do lado de fora do auditório e voltou a repetir que respeita as instituições e que defende um Ministério Público e uma Polícia Federal fortes. Lula, no entanto, reclamou que a PF fez um inquérito mentiroso e afirmou que o juiz Sérgio Moro deveria ter rasgado a denúncia apresentada. “O dia que me mostrarem meio crime que eu cometi, pedirei desculpas ao povo brasileiro”, afirmou. Lula disse que já provou sua inocência e que cabe aos acusadores provar sua culpa. “Eles certamente não gostam e não querem que eu volte (à Presidência)”, concluiu. O petista também criticou as colaborações com a Justiça e afirmou que está “cheio de malandro fazendo delação premida com tornozeleira e com o rabo cheio de dinheiro”.

O petista declarou que, apesar de ter perdido três eleições, não fez como o tucano Aécio Neves (MG), que perdeu para Dilma e “fez a sacanagem que ele fez”, plantando a discórdia. Para Lula, o “golpe” contra Dilma Rousseff foi uma doença que inventaram, chamada “PT e pedaladas”. Comparando o impeachment a uma enfermidade, Lula afirmou que, após a operação, o “paciente” acordou da anestesia e viu que não se queria fazer uma cirurgia, mas que queriam “roubar o País”. Ele citou como exemplo a reforma da Previdência, que é feita “em cima das costas do povo mais pobre”. “Estou andando pelo Brasil, tentando ver se a gente acorda o povo brasileiro”, disse.

Lula voltou a dizer que caráter não se compra ou se aprende na escola. “Caráter a gente adquire de pai e mãe”, emendou. O petista criticou a classe média que usa camisa verde amarela e faz compras em Miami e disse que seus defensores têm orgulho de usar camisa vermelha. “Agora não tem mais panela, eles estão batendo cabeça”, ironizou.

O ex-presidente disse que seu objetivo é fazer com que o trabalhador não seja vítima “dessas coisas que estão fazendo no Brasil”. Durante o discurso, o petista disse que é melhor errar votando do que não ter eleições.