Sem diálogo, governo corre riscos

Brasília – Indicado para assumir a liderança do PT na Câmara Federal este ano, o deputado Maurício Rands acredita que o governo hesitou nas negociações quanto à prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

Na opinião dele, para evitar novas derrotas, o governo deve intensificar o diálogo com a base aliada e, em especial, com o PT, seu principal partido de suporte. ?O governo precisa fortalecer o seu diálogo com a base aliada. Muitas vezes as dificuldades de votação são motivadas por um certo sentimento dos parlamentares de que nem sempre eles têm os canais de diálogo com os ministérios, com o Executivo, devidamente lubrificados?, argumenta o deputado.

Maurício Rands também defendeu que, apesar das eleições municipais que serão realizadas este ano dificultarem o trabalho dos parlamentares, será possível votar ?uma pauta positiva?. Além da continuação das reformas política e tributária, o petista acredita que será possível avançar em discussões sobre o direito dos trabalhadores, como a redução da jornada de trabalho e o estabelecimento de um salário mínimo para o magistério.

?Eu lembro que nas eleições municipais de 2004 dizia-se que nós não teríamos condições de votar uma pauta positiva na Câmara em razão das eleições. E apesar dessas condições, nós votamos. Então a bancada do PT estará enfileirada, mobilizada para montar uma agenda positiva, que é a agenda da bancada do partido, mas também a agenda da Câmara e, portanto, do povo brasileiro?, afirma ele.

Quanto aos cortes no orçamento deste ano, o deputado disse que também está na expectativa para ver qual será a solução adotada pelo governo para recompor a perda dos R$ 40 bilhões que deixaram de ser arrecadados devido ao cancelamento da CPMF. Em sua opinião, os cortes não serão lineares. ?Vai haver um pouco de tudo?, acredita ele.

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