Secretária não aceita participar de chapa do PT

A secretária estadual do Planejamento, Eleonora Fruet (PMDB), desautorizou ontem o uso de seu nome como suposta candidata a vice-prefeita em uma eventual chapa encabeçada pelo deputado estadual Angelo Vanhoni (PT) na campanha eleitoral deste ano e disse que continua defendendo o seu compromisso de apoiar o lançamento de um candidato próprio do PMDB à Prefeitura de Curitiba. A afirmação foi feita em resposta a uma notícia publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, segundo o qual a indicação da secretária para a vice de Vanhoni já estaria praticamente certa.

Em nota enviada ao jornal, Eleonora Fruet negou a existência de qualquer acordo neste sentido e afirmou que seu projeto é continuar no cargo até o final do mandato do governador Roberto Requião (PMDB). ?Não tenho intenção de ser candidata à vice na chapa do deputado petista Angelo Vanhoni para a Prefeitura de Curitiba. Tenho um plano de trabalho na Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral do Paraná que é prioritário. Além disso, sou favorável a uma candidatura própria do PMDB nas eleições municipais de Curitiba, posição que é de conhecimento público, uma vez que a tenho reiterado inúmeras vezes?, afirmou a secretária, que vem sendo citada como candidata a vice de Vanhoni por lideranças do seu próprio partido.

A posição da secretária foi divulgada no mesmo dia em que o seu irmão, o deputado federal Gustavo Fruet, reuniu-se com Angelo Vanhoni para discutir a sucessão municipal. No encontro, Gustavo deixou claro que continua conduzindo com firmeza seu projeto de ser o candidato do PMDB a prefeito – posição também defendida pelo deputado estadual Rafael Greca, com quem ele se reuniu anteontem para debater uma posição comum em relação ao assunto. Gustavo vai voltar a debater o assunto com o deputado, quando Greca voltar de sua viagem à Itália, no começo de fevereiro.

Crítica

Gustavo Fruet criticou a posição das lideranças que estão querendo antecipar o fechamento de negociações para a formação de alianças à campanha eleitoral deste ano, para impedir que ele viabilize seu projeto político-eleitoral. ?A impressão que tenho é que estão querendo fechar o processo agora. Discordo desta posição. Por isso, estou desintoxicando este processo partidário?, comentou o deputado, que se reuniu com Vanhoni junto com o vice-presidente da Assembléia Legislativa, deputado Natálio Stica (PT), e com o secretário estadual do Desenvolvimento Urbano, Renato Adur.

Segundo Gustavo, as suas conversas com as lideranças dos partidos ainda estão no início, mas caminham na mesma direção: a construção de uma aliança que viabilize o lançamento da sua candidatura a prefeito em uma composição com outros partidos do espectro de alianças identificado com a sua orientação política. ?Estou conversando com muitas lideranças políticas, mas as conversas ainda não são conclusivas. Estou muito mais ouvindo que falando?, disse.

Entre outras lideranças, Gustavo já se reuniu com Euclides Scalco (dirigente estadual do PSDB), Rubens Bueno (presidente do PPS regional), Mauro Moraes (pré-candidato a prefeito do PL), Luciano Ducci (pré-candidato a prefeito do PSB) e o petista Padre Roque (secretário estadual do Trabalho). ?Estou conversando com quem me procurou. Estou construindo um projeto. Quero construir e não destruir. Quero abrir portas e não fechá-las. É o que estou fazendo?, disse.

PTB estuda possibilidade de aliança

Os dirigentes do PT, PTB e PMDB voltaram a conversar anteontem à noite, em Curitiba, para discutir a formação de uma aliança ampla na campanha à sucessão do prefeito Cassio Taniguchi (PFL). Embora o PTB afirme que a negociação ainda precise ser amadurecida e que pretende lançar candidato próprio na disputa (a empresária Maria Cristina de Andrade Vieira), os dirigentes do partido estão avançando nas negociações em torno da candidatura do líder do governo Roberto Requião (PMDB) na Assembléia Legislativa, deputado Angelo Vanhoni (PT).

Na próxima semana, os dirigentes do PT e do PTB voltam a conversar para ampliar a discussão sobre a candidatura e o plano de governo, mas já admitem que estão mais próximos de uma aliança para as eleições municipais deste ano em Curitiba. Na prática, isto poderá significar que, diferente do que aconteceu nas eleições de 2000, o PTB poderá não integrar a chapa PSDB/PFL na capital, que venceu a disputa com Cássio Taniguchi (PFL) e o tucano Beto Richa.

O presidente estadual do PTB, deputado federal Iris Simões, confirmou que o partido está mais próximo do PT que do PSDB, neste momento. ?Nós temos uma proximidade muito maior com o PT que com o PSDB, até pela atuação da nossa bancada em Brasília (o PTB integra a base aliada do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva). E queremos acompanhar a linha que o partido está adotando no plano nacional, pois estaremos junto com o PT em 2006?, disse.

Aliança

Para Simões, o fato de o PTB estar distanciado do governador Roberto Requião no Paraná dificulta, mas não impede a aliança com o PT. ?O distanciamento do governo Requião é um empecilho para a aliança, mas é algo que podemos superar?, ponderou. A conversa de segunda-feira reuniu, além de Vanhoni e Simões, o deputado estadual Carlos Simões, o dirigente petebista Geraldo Seratiuk; o presidente do diretório municipal do PMDB, Doático Santos, e o secretário Luiz Claudio Romanelli.

O presidente estadual do PTB elogiou o programa de governo de Vanhoni e reconheceu a liderança do deputado em Curitiba: ?Nós sabemos que o Vanhoni é um candidato forte na sucessão municipal e que ele ocupa o primeiro lugar nas pesquisas eleitorais. A discussão sobre as alianças está começando a avançar, mas temos que conversar mais sobre este assunto com os nossos companheiros?, afirmou. Amanhã, Simões se reúnirá com o seu irmão, Carlos Simões, Maria Cristina Vieira e o presidente municipal do PTB, Flavio Martinez, para tratar da questão.

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