Recesso ativo

Salamuni cogita a possibilidade de concurso público na Câmara de Curitiba

Se a onda de manifestações nas ruas de todo o País tivesse ocorrido há um ano, a Câmara de Curitiba teria sido invadida. A avaliação é do presidente da Casa, o vereador Paulo Salamuni (PV), que atribui à extinção de 246 cargos em comissão, que deve gerar economia de R$ 3,8 milhões por ano, e o “sepultamento” dos contratos de publicidade, alvos dos escândalos envolvendo o Legislativo, dois dos principais feitos deste início de 16.ª legislatura.

O primeiro semestre, segundo o parlamentar, refletiu os 50% de renovação que o pleito do ano passado permitiu ao legislativo municipal. “Essa renovação também pôde ser notada na mudança substancial das lideranças e de diversas diretorias administrativas vinculadas a um grupo que dominou a casa por 25 anos, dos quais 15 foram com o mesmo presidente (João Cláudio Derosso). Essa perenidade do poder se tornou moeda de troca com aquilo que tratamos de eliminar: cargos e contratos de publicidade.” Ele explica que apesar do encerramento dos contratos tenha ocorrido no final de 2012, a nova legislatura “não gastou nem R$ 1 mil com publicidade, enquanto no período entre 2006 e 2010 foram quase R$ 34 milhões de despesas com isso”.

Sobra

Salamuni admite que houve perda nos quadros que exigem conhecimento técnico como nas áreas tributária, orçamentária e financeira. E para suprir isso cogita a possibilidade de concurso público específico. De qualquer forma, isso permitiu que a Câmara ajudasse com R$ 10 milhões a prefeitura com a redução na passagem de ônibus em Curitiba que foi de R$ 2,85 para R$ 2,70. “Embora não seja essa a função do Legislativo, há uma sobra”, reconhece. Sobre o recesso que segue até o dia 5 de agosto, faz questão de frisar que não se trata de férias e por isso as reuniões nas comissões, inclusive na de Transporte, devem prosseguir. Para o próximo semestre, nova comissão deverá aprofundar o estudo sobre a revisão das aposentadorias e o plano de carreira e progressão financeira. O endereço da Casa de Leis também poderá mudar. “Nosso espaço aqui não é acessível nem compatível ao tamanho da população que representamos. Está em andamento projeto de construir um centro administrativo para instalar a prefeitura e a Câmara”, antecipa.