Única representante do Partido Verde do Paraná no Congresso Nacional, a deputada federal eleita, Rosane Ferreira, quer mais espaço na direção estadual do partido. Apesar de não admitir, no momento, disputar a presidência da legenda, historicamente comandada por Antonio Jorge Melo Viana, a deputada pretende liderar, com os deputados estaduais e vereadores da legenda uma guinada no PV paranaense a partir da convenção partidária prevista para março. “O PV do Paraná tem que ser revisto. Já fizemos várias discussões com a atual direção do partido e nós, os deputados estaduais Rasca Rodrigues e Roberto Acioli e os vereadores Aladim Luciano e Paulo Salamuni pleitearemos vez e voz no partido”, disse. “Queremos um partido forte para que, se confirmada a candidatura de Marina Silva a presidência da República em 2014, nós sejamos dignos de sustentar uma candidatura desta envergadura, para que a Marina não seja maior que o partido. Pois, no ano passado, ela fez campanha no Paraná praticamente sozinha, porque a nossa militância é insignificante”, disse.

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Viana: pressão inesperada.

Sobre a possibilidade de disputar a presidência do partido, a deputada disse ainda não ter cogitado, “mas queremos um outro PV, uma outra forma de caminhar. Ou muda a forma de presidir, ou muda a presidência”. Rosane disse que, nos últimos anos, o PV do Paraná deixou de lado suas bandeiras e transformou-se “num partido de três meses”, dedicado apenas às campanhas eleitorais. “Temos que ter participação efetiva nas discussões dos problemas do Paraná. O PV tem condições de formar opinião e pode estar à frente das grandes discussões mesmo sem ocupar cargo. Tem questões como a do lixo que são pontos chave do nosso programa e não temos levado essa discussão à sociedade. Não temos que estar dentro do poder para sugerir soluções”, disse.

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Rosane: caminhar de outro jeito.

Apesar de estar atenta às questões do Estado, a deputada disse estar priorizando, agora, a sua estreia em Brasília. Na semana passada, Rosane esteve na capital federal, em uma série de reuniões com a bancada, para definição de liderança, posição no Congresso e formação de bloco. “Escolhemos o ex-ministro Zequinha Sarney como líder, o que, teoricamente, indica um alinhamento com o governo, mas o que foi definido, e sustentado pela Marina, é que teremos de ter uma posição independente. Estaremos alinhados com o governo em todas as propostas de interesse da sociedade, mas também não hesitaremos em apresentar pedidos de informação ou propor uma CPI, por exemplo”, disse a deputada, informando que o PV fechou apoio a Marco Maia (PT) para a presidência da Câmara, “embora eu ache temerosa essa eleição por consenso, com muitos acertos, muitas negociações. O ideal seria termos vários candidatos debatendo propostas, mas a candidatura do Sandro Mabel (PR) está muito frágil. Ele não conseguiu apoio nem do partido”, comentou.

A deputada também informou a decisão do PV de formar um bloco, que será definido amanhã. Segundo Rosane Ferreira, o PPS é o parceiro mais viável no momento. “Somos 14 deputados e para ter algumas prerrogativas na Câmara, como indicar nomes para as comissões e pedir destaque a projetos e emendas, é preciso ter 16. A melhor opção é o PPS, com 12, pois formaremos um bom bloco e ainda seremos maioria. Se não formarmos bloco, ,seremos engolidos”, contou.

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