De volta à Câmara dos Deputados, de onde se licenciou há quatro meses, o presidente estadual do PP, Ricardo Barros, retomou as articulações eleitorais criticando a postura das direções nacional e estadual do PT.

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Barros disse que, na condição de dirigente de um dos partidos da base aliada do presidente Lula, não recebeu, até agora, uma proposta oficial de aliança para as eleições deste ano.

Ao contrário do PSDB, que já o procurou para expor as bases de um acordo para apoiar Beto Richa para governador e José Serra para a presidência da República, comparou o presidente do PP.

Enquanto o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, tem mantido contatos constantes com o PP, o PPS e o DEM, Barros reclama que nem a direção estadual do PT nem o presidente nacional do partido, José Eduardo Dutra, manifestaram a intenção de ter o PP numa aliança ao governo junto com o PDT.

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Barros disse que, quando se reuniu com a ex-presidente estadual do PT Gleisi Hoffmann, no ano passado, ouviu “não” às duas condições apresentadas pelo partido, que são a indicação de um candidato ao Senado e a aliança na disputa proporcional.

“Ela disse que não tinha coligação e que o PT não abre mão da vaga ao Senado. E até hoje, essa posição não mudou”, afirmou o dirigente do PP. O presidente Lula terá muita dificuldade no Paraná para compor o palanque da ex-ministra Dilma Rousseff na campanha à presidência da República, avaliou o dirigente do PP. “Ninguém quer abrir mão de nada. Todo mundo quer ficar com o filé mignon”, criticou Barros.

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Além do projeto do PT de lançar Gleisi ao Senado, o PMDB também quer ter candidato ao governo e ao Senado, o PDT não abre mão de ir para a disputa com o senador Osmar Dias, e assim por diante, disse Barros. Barros não quis revelar a proposta que recebeu do PSDB.

“Eles estão levando em consideração os interesses do partido que está sendo chamado para conversar. No PT, não tem ninguém fazendo esse trabalho”, comentou.

Livre

Por enquanto, a direção nacional do PP ainda não definiu seu lado na disputa nacional. Embora participe do atual governo, representado pelo ministro das Cidades, Márcio Fortes, o PP poderá ficar neutro na eleição presidencial, disse Barros.

Nesse caso, o partido seria liberado nos estados para fazer suas próprias alianças, acrescentou o presidente estadual do PP que desde já se sente livre para conversar com o PSDB e outros partidos.

Ontem no início da noite, Barros esteve ontem com o governador Orlando Pessuti, pré-candidato do PMDB à sucessão estadual. Pessuti já manifestou o desejo de ter o PP como um dos partidos que integrariam uma aliança de apoio à sua candidatura.