A presidente Dilma Rousseff e o vice Michel Temer terão um encontro nessa terça-feira, 16, para fechar o espaço do PMDB no governo, a partir de 2015. O partido de Temer controla hoje cinco ministérios, mas quer ampliar o número de cadeiras para seis, sendo três indicadas pela bancada na Câmara e outras três pelo Senado. Até esta segunda-feira, 15, Dilma resistia a essa fórmula, mas tenta construir um acordo porque, após o escândalo de corrupção na Petrobras, sabe que precisará cada vez mais do aliado no Congresso.

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Auxiliares da presidente disseram hoje que a composição da equipe do segundo mandato deve ser anunciada até o fim desta semana. A senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) tomou posse nesta segunda na presidência da Confederação Nacional de Agricultura (CNA) e vai se licenciar do cargo para assumir o Ministério da Agricultura.

Nenhuma das alas do PMDB, porém, considera Kátia uma ministra do partido, mas, sim, da “cota pessoal” de Dilma. Motivo: oriunda do DEM, com passagem pelo PSD, a senadora é cristã nova nas fileiras peemedebistas.

O PMDB está indicando os senadores Eduardo Braga (AM) para o Ministério de Minas e Energia e Eunício Oliveira (CE) para Integração Nacional. Com Kátia Abreu na Agricultura seriam três os representantes do partido no Senado. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), engrossa a lista apresentada pelo partido ao Palácio do Planalto, mas o problema é que ele não quer comandar Previdência Social, hoje dirigida por seu primo, Garibaldi Alves, mas, sim, a pasta de Integração Nacional – objeto do desejo do correligionário Eunício e também do Pros de Cid Gomes.

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O ministro da Aviação Civil, Moreira Franco (PMDB), deve continuar no mesmo posto e uma ala quer emplacar o deputado Eliseu Padilha (RS) no Ministério do Turismo. Moreira Franco e Padilha são nomes defendidos por Temer.

O vice-presidente acredita que pode fechar um acordo com o PT para o comando da Câmara dos Deputados. O candidato do PMDB é o deputado Eduardo Cunha (RJ), líder do partido na Câmara e desafeto do Planalto. No fim da tarde de hoje, Temer se reuniu com o deputado Arlindo Chinaglia (SP), líder do governo e pré-candidato do PT à presidência da Câmara.

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A proposta em negociação prevê que o PT apoie Cunha, tido como imbatível, e fique agora com a vaga de vice-presidente da Câmara. Por essa equação política, o PMDB daria aval a um candidato do PT em 2017. Seria, mais uma vez, um rodízio entre os dois partidos. A eleição que renovará o comando da Câmara e do Senado ocorrerá em fevereiro de 2015.

Depois de se reunirem hoje com Dilma, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e o titular da Secretaria de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, também conversaram com Temer sobre a formação da equipe do segundo mandato, mas o martelo somente será batido amanhça.