Requião reúne bancada para prestigiar João Paulo

O governador Roberto Requião (PMDB) recebe hoje na residência oficial do governo, na Granja do Cangüiri, o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB), e a bancada federal do Paraná para um almoço com o deputado federal e candidato a presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT/SP). Mesmo sendo candidato único, o deputado petista vem a Curitiba para pedir apoio à sua candidatura, como parte de um roteiro que vem cumprindo em vários Estados.

Depois da reunião, Requião e Luiz Henrique viajam a Porto Alegre para um encontro com o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), e o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu (PT), no qual será definida uma posição comum de apoio à candidatura do senador José Sarney (AP) ao Senado.

Os acordos fechados até agora indicam que Cunha terá o voto de quase todos os partidos com representação na Câmara Federal. Requião, integrante da chamada “ala autêntica” do PMDB, sempre defendeu a eleição do deputado petista em troca do apoio à candidatura de Sarney ao Senado.

O acordo fechado ontem entre a cúpula do PMDB e do PT, que consolidou a candidatura de Sarney, desagradou inicialmente ao governador do Paraná. Anteontem, antes da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Curitiba, Requião criticou o entendimento por considerar que estava fortalecendo a ala que ele classifica como “fisiológica” do seu partido, que deu sustentação política ao governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Ontem, entretanto, a assessoria do governador informou que da forma como foi definido, o entendimento entre PMDB e PT atendeu ao que ele considerava essencial – a garantia da Presidência do Senado para Sarney, alinhado neste momento ao grupo dos “autênticos”. Para Requião, a decisão sobre o futuro ocupante da presidência nacional do partido não entrou no acordo. O governador sustenta que o cargo não está assegurado para o senador Renan Calheiros (PMDB/AL), aliado do presidente nacional do partido, deputado Michel Temer.

Na próxima quinta-feira (dia 30), em Brasília, Requião participa da reunião do grupo dos dissidentes, que vai decidir sobre a suspensão da convenção extraordinária, marcada para 16 de fevereiro. Antes de PT e PMDB acertarem os ponteiros, a convenção havia sido articulada para estabelecer a estratégia de afastamento da atual direção do partido.

Para a conversa de hoje com João Paulo Cunha, estão convidados todos os 30 deputados federais do Paraná. O presidente estadual do PMDB, deputado federal reeleito Gustavo Fruet, disse que é uma demonstração da linha de relacionamento que Requião pretende manter com a bancada federal.

Prazo ainda indefinido

O Palácio Iguaçu ainda não tem prazo para começar o processo de abertura de uma nova licitação para a contratação das agências que cuidarão da publicidade institucional do governo. O contrato atual com seis agências foi anulado por decreto do governador Roberto Requião (PMDB) que, com base em parecer da Procuradoria Geral do Estado, considerou irregular a prorrogação da prestação de serviços aprovada pelo ex-governador Jaime Lerner (PFL) até maio deste ano. Os contratos venceram em maio de 2000.

De acordo com a assessoria de Requião, não há nenhum estudo sobre a abertura de licitação. O governador, antes de decidir sobre o prazo, pretende encaminhar a apuração das denúncias.

A assessoria do governador também informou que, neste momento, o governo não tem nenhum projeto de lançamento de campanha publicitária. O Estado apurou que, com o rompimento dos contratos atuais, o governo do Estado pode recorrer à dispensa de licitação para a contratação, em caráter emergencial, de agências de propaganda em casos de utilidade pública.

O Estado conversou com o ex-secretário de Governo, José Cid Campêllo Filho, responsável pela elaboração dos contratos anulados pelo atual governador, que evitou comentar o assunto. Ele disse que preferia não alimentar nenhuma polêmica. (EC)

Palácio avalia nomeações

O secretário-chefe da Casa Civil, Caíto Quintana, afirmou ontem que espera anunciar os cargos de segundo e terceiro escalões do governo Roberto Requião (PMDB) até o dia 30. Segundo o secretário, a maioria dos cargos está definida, mas ainda não houve uma divulgação porque as nomeações não foram feitas. Quintana tem se reunido diariamente com o governador e com os secretários de Estado para resolver o assunto.

“A metodologia da composição salarial do governo anterior estava muito confusa. Vamos mudar isso e acabar com certos vícios. Queremos saber o que realmente é necessário e vamos nomear pessoas com capacidade técnica e funcional”, afirmou o secretário-chefe da Casa Civil.

Quintana disse que Requião solicitou uma avaliação sobre todas as secretarias e determinou que relatórios sobre o que estava ocorrendo fossem entregues. “Ainda estamos vivendo esse período”. O próximo passo, já no início de fevereiro, será a entrega das propostas de trabalho de cada pasta alinhadas ao plano de governo de Roberto Requião.

De acordo com o secretário-chefe da Casa Civil, vários estudos de todos os setores estão sendo feitos. Por isso, houve uma suspensão de pagamentos relacionados a certos assuntos. Segundo ele, o que houve não é necessariamente uma moratória.

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