Requião reafirma defesa de aliança

O governador Roberto Requião voltou a defender o PT e o PPS como aliados preferenciais do PMDB às eleições municipais de outubro durante a abertura do encontro estadual do seu partido anteontem à noite, em Foz do Iguaçu. Requião recomendou aos peemedebistas que, nas cidades onde houver a possibilibilidade de reedição da coligação que o elegeu, o acordo deve ser fechado. Onde não for possível, o PMDB deve lançar seus próprios candidatos, disse.

“Gostaria de ver no Paraná a aliança que me elegeu ao governo com o PT e o PPS, para evitar que a direitona enlouquecida tome conta de bases eleitorais que pode nos levar a um profundo esforço e sacrifício na sucessão estadual e nas próximas eleições nacionais”, disse Requião a prefeitos, pré-candidatos e militantes peemedebistas.

Os peemedebistas passaram o dia ontem reunidos em Foz do Iguaçu para discutir as eleições municipais. O secretário geral do partido, Luiz Claudio Romanelli, disse que o encontro foi uma oportunidade única para que os pré-candidatos do partido conhecessem o pensamento do governador sobre a eleição.

Na abertura, os adeptos da candidatura própria em Curitiba – os deputados Gustavo Fruet e Rafael Greca – não foram convidados a se manifestar. A defesa das chapas puras do PMDB ficou por conta do presidente estadual do partido, deputado estadual Dobrandino da Silva, que não fez referência direta à eleição na capital.

Para o governador, o PMDB deve unificar sua posição e estabelecer com clareza “qual é a espinha dorsal da doutrina do nosso partido”. “Eu gostaria muito que o meu velho MDB não entregasse sequer uma prefeitura do Paraná para a direita endoidecida que deu suporte para o Fernando Henrique e o Fernando Collor, ao liberalismo assassino e criminoso que marginaliza milhões de brasileiros. Aqui, estamos mudando os conceitos da política, dizendo não à tibieza e covardia.”

Comparações

O governador fez um balanço das ações do seu governo. Disse que no Paraná,”o governo não se vende, não se dobra e briga pelos interesses da população até o fim”. Ao abordar sua administração, o governador do Paraná retomou as comparações que tem feito com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Requião criticou a política econômica afirmando que é “fruto da inexperiência e medo das pessoas que estão administrando pela primeira vez”. Sobre sua gestão no Paraná, o governador poupou a figura do presidente da República. Definiu-se como um profundo admirador de Lula e do país. “O país que elegeu um homem que vem do nordeste árido para ser operário em São Paulo e chega à presidência da República é um país fantástico”, afirmou. “Como amigo do presidente, entusiasta da sua candidatura e sucesso, sou obrigado a dizer o que penso”, justificou.

Manifesto

O presidente estadual do PMDB fez um discurso em que destacou o fortalecimento do partido nas eleições. Dobrandino é partidário de candidaturas próprias do PMDB em Curitiba e em várias cidades. Em Foz do Iguaçu, o PMDB e o PT estão lançando candidaturas isoladas. “O partido tem história, tem discurso, está fazendo um governo sério e todo o esforço para recuperar a credibilidade do Paraná. O PMDB é o partido mais bem estruturado do Estado e os companheiros devem se mobilizar no esforço para lançar candidaturas próprias”, afirmou.

Gustavo e Greca entregam manifesto

O deputado federal Gustavo Fruet e o deputado estadual Rafael Greca decidiram entregar diretamente ao governador Roberto Requião (PMDB), na próxima semana, o manifesto em apoio ao lançamento de candidato próprio do partido, em Curitiba. Uma cópia do documento foi repassada ao presidente estadual do partido, Dobrandino da Silva, no encontro realizado ontem em Foz do Iguaçu, mas a apresentação formal do manifesto será feita ao governador.

A atuação de Greca e Gustavo no encontro limitou-se à distribuição de um jornal e a coleta de assinaturas para o manifesto. Os dois não discursaram no encontro. Gustavo se sentiu “cercado” pela ala que defende a aliança com o PT em Curitiba, mas acabou conseguindo exibir algumas faixas com os dizeres “Curitiba é Fruet e Requião, Irmão”, uma nova versão para o mote usado por seu pai em 85. Gustavo também levou uma faixa com uma fotografia em que aparece abraçado ao governador.

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