Requião quer manter aliança com os petistas

O governador Roberto Requião (PMDB) disse ontem que gostaria que a aliança entre o seu partido e o PT fosse mantida no maior número possível de cidades, mas negou que exista um pré-acordo de apoio aos petistas em Curitiba na disputa à prefeitura no próximo ano. O governador afirmou que o PT o apoiou incondicionalmente no segundo turno da eleição do ano passado e que não há nenhum compromisso entre os dois partidos para a sucessão municipal de 2004.

Requião afirmou que defende o que chamou de aperfeiçoamento da aliança, mas deixou claro que se trata de um “desejo pessoal” e não uma imposição ao PMDB. “Gostaria que a aliança fosse mantida, mas sei que isso depende do desejo das bases”, observou o governador. No PMDB, a maioria defende as candidaturas próprias à prefeitura, sobretudo em Curitiba, mas uma corrente menor até admite que o partido abra mão da cabeça de chapa para o PT.

Requião disse ainda que torce para que a composição eleitoral do ano passado se repita no próximo ano não apenas com o PT, mas com todos os partidos que estiveram no seu palanque no segundo turno. Entre esses partidos, Requião citou, além do PPS, o PFL e o PSDB. “Eu desejo que a aliança se estenda a todos os partidos que estiveram conosco no segundo turno, como o PPS e, em alguns lugares, o PFL e o PSDB”, disse. O governador teve o apoio do PPS no segundo turno e de setores do PFL e do PSDB.

Deputados dos dois partidos participam da base de sustentação ao governo na Assembléia Legislativa. Requião admitiu que essas coligações podem acontecer, mas de forma localizada. “Em alguns casos, será possível; em outros não, até porque as idiossincrasias locais não vão permitir”, comentou o governador.

PMDB não fará convite

Na reunião da executiva municipal do PMDB, realizada na manhã de ontem, por seis votos a três ficou definido que o partido não irá formalizar o convite para que os vereadores Fábio Camargo (PSC) e Luiz Felipe Braga Cortes (sem partido) ingressem na legenda. Também ficou marcada para o dia 24 de maio a reunião da executiva municipal que decidirá se o partido lançará ou não candidato próprio para as eleições municipais do ano que vem.

Hoje o PMDB está divido em dois grupos, o que defende candidatura própria, liderado pelo deputado federal Gustavo Fruet, presidente do diretório estadual, e o que defende a aliança com o PT, encabeçado pelo secretário da Educação, Maurício Requião. “Na reunião faremos uma análise da conjuntura política e a formalização de propostas e estratégias eleitorais”, adiantou Doático Santos, presidente do diretório municipal. “Eu faço parte do grupo do Maurício, que defende a indicação do vice em uma coligação com o PT, tendo como candidato o deputado estadual Ângelo Vanhoni”, disse.

A discussão sobre que posição o partido deverá tomar ainda deve render várias reuniões. Isso porque antes da convenção haverá a votação, em outubro, do novo diretório, e a corrente que ganhar votará na convenção. “O partido está dividido ao meio, mas não é este diretório que irá compor a convenção eleitoral do ano quem vem, por isso quem ganhar a eleição já sai na frente”, afirmou Santos.

Vereadores

A decisão de não convidar os vereadores Fábio Camargo e Luz Felipe Braga Cortes não agradou Doático Santos. “Para minha surpresa a reunião deliberou em não convidar nenhum dos dois. Eu tenho trabalhado por uma política de expansão, mas tenho esbarrado nos vereadores que não vêem com bons olhos novos concorrentes”, disse.

Já o vereador Paulo Salamuni, líder do PMDB na Câmara Municipal, comemorou o resultado. “Estou satisfeito porque a decisão foi tomada pela executiva de uma forma coerente”, disse.

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