Para desfazer o mal-estar com o conselheiro do Tribunal de Contas, Rafael Iatauro, o Palácio Iguaçu está estudando a possibilidade de recriar a secretaria de governo. Nela, seria abrigado o conselheiro que diz ter sido convidado para participar do governo, mas teve seu projeto estragado pela decisão do secretário Caito Quintana de permanecer na Casa Civil. Como Iatauro não se deu por vencido e continua dizendo que está aguardando um chamado do governador Roberto Requião (PMDB), que não o "desconvidou" oficialmente, o núcleo próximo ao governador está estudando uma fórmula para integrá-lo à equipe.
A secretaria de governo está sendo vista como a melhor saída para consertar o estrago no relacionamento com o conselheiro que está para se aposentar e quer antecipar sua saída do tribunal para participar do governo. Segundo Iatauro, ele apenas aceitou um convite, repetido por três vezes, por Requião para se incorporar à sua equipe. Ontem, a assessoria do governador informou que ele não esqueceu do convite feito a Iatauro para participar do governo e que só não conversou ainda com o conselheiro porque não definiu o espaço que poderá propor a ele.
Iatauro está chateado com o governador desde que Quintana anunciou que ficaria no cargo e que nesse caso, o convite ao conselheiro para substitui-lo não valia mais. O conselheiro disse que o governador não o procurou mais e que continua à espera de uma explicação.
Burocracia
A reativação da secretaria de governo não é uma idéia nova. A proposta já havia sido apresentada pelos deputados estaduais anteriormente ao governador. Eles queriam que a Casa Civil se ocupasse exclusivamente da articulação política e que a secretaria do governo ficasse encarregada da parte mais técnica e burocrática, envolvendo a elaboração de projetos e pareceres.
Essa divisão vigorava no governo anterior, mas Requião assumiu e extinguiu a secretaria de Governo. Entretanto, o advogado Daniel Godoy, embora não fosse oficialmente reconhecido como secretário de Governo, executava as funções técnico-jurídicas. Nessa época, Quintana cuidava exclusivamente do meio de campo político. Mas as atribuições da secretaria de governo sempre estiveram sob sua supervisão.
Os aliados do governador não sabem se Iatauro aceitaria a função. Mas acreditam que tudo vai depender da forma como o novo convite será conduzido, desta vez.