Requião pode disputar prévia do PMDB

Os peemedebistas paranaenses já começam a se mobilizar para lançar o governador Roberto Requião na disputa da prévia que a direção nacional do PMDB está prometendo realizar no segundo semestre deste ano para escolher um candidato à presidência da República.

A idéia ganhou força depois que o presidente nacional do PMDB, Michel Temer, reuniu-se na terça-feira passada, dia 26, em Florianópolis, com os os três governadores da região Sul, onde mais uma vez ficou sacramentado que o partido não deve apoiar a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Não seria a primeira vez que o governador participa de uma fase da discussão de candidaturas presidenciais. Em 94, quando também era governador do Paraná, Requião enfrentou o ex-governador de São Paulo Orestes Quércia numa disputa interna. O governador do Paraná perdeu, mas ficou famoso com suas ações de campanha como o "Disque-Quércia", uma linha telefônica que contratou para receber denúncias contra o adversário.

Sobretudo nas alas que nunca gostaram da idéia de ver o PMDB aliado ao PT no Paraná, a tese de uma nova pré-candidatura presidencial do governador paranaense agradou. "O partido quer que ele se inscreva. Mas para ser candidato a presidente. Porque o Requião não vai ser candidato a vice-presidente na chapa de ninguém. Se for para ser vice, ele será candidato à reeleição para o governo", afirmou o deputado.

Requião disse, depois da reunião da Santa Catarina, que o PMDB deve começar a  preparar seu caminho para 2006. "O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse em Curitiba que o PT e o PMDB não nasceram grudados e afirmou ser um defensor de candidaturas próprias. Os governadores do PMDB despertaram e nós optamos por seguir o conselho do ministro", reagiu às declarações de Bernardo que na segunda-feira, dia 25, afirmou em Curitiba que os dois partidos não precisam estar sempre juntos.

Pé atrás

Mas, nos bastidores, o governador não tem demonstrado muito entusiasmo com as prévias internas para presidente da República. Além de continuar sustentando o discurso de que gostaria que o presidente Lula acertasse para poder apoiá-lo novamente, Requião tem confessado aos mais próximos que não acredita muito nas intenções da direção nacional do partido de manter o projeto próprio na eleição presidencial.

Requião está com um "pé atrás" depois dos muitos recuos da direção nacional desde a reunião em que participou em São Paulo, no início do ano, quando Temer e todos os governadores do partido anunciaram com estardalhaço que estavam se declarando independentes do governo Lula e que iriam exigir a entrega dos cargos no governo.

Passado o entusiasmo inicial, nada mudou no PMDB e o governador do Paraná ficou numa situação desconfortável. Depois disso, Temer já se encontrou com o presidente da República várias vezes e Quércia já chegou a ser cotado para substituir o ex-presidente Itamar Franco na cobiçada embaixada do Brasil em Roma. "O governador está adotando a mesma postura de São Tomé. É ver para crer", disse um interlocutor do governador. 

Governador vacinado contra gripe

O governador Roberto Requião (PMDB) apareceu inesperadamente ontem na Rua da Cidadania do Boqueirão, onde a Prefeitura de Curitiba e o Tribunal de Justiça desenvolviam em conjunto o programa "Justiça nos Bairros" e aproveitou para se vacinar contra a gripe: "É a justiça chegando nos bairros através do empenho e colaboração de muitas pessoas, especialmente da juíza Joeci Camargo", observou o governador. O programa atendeu ontem mais de 2 mil pessoas de Curitiba e da Região Metropolitana em busca de soluções para problemas relativos a ações de Direito da Família, como pensão, guarda de filhos e divórcio. O programa Justiça nos Bairros, que oferece atendimento judicial à população de baixa renda é uma parceria da Prefeitura Municipal de Curitiba com o Tribunal de Justiça do Paraná.

Voltar ao topo