Requião, Osmar, Arns e deputados são diplomados pelo TRE

O Tribunal Regional Eleitoral encerrou ontem o processo eleitoral deste ano no Paraná com a solenidade de diplomação do governador eleito, Roberto Requião (PMDB), do vice-governador, Orlando Pessuti (PMDB), e dos 54 deputados estaduais, trinta deputados federais, dois senadores do Paraná,Osmar Dias (PDT) e Flávio Arns (PT).

Também foram diplomados os cinco primeiros suplentes de cada partido ou coligação na Câmara Federal e na Assembléia Legislativa e mais os suplentes de senador.

Vários deputados eleitos foram recebidos com vaias pela platéia composta apenas por convidados dos diplomados. Entre eles, o deputado estadual mais votado do Paraná, Ratinho Junior (PSB), que teve suas contas de campanha rejeitadas pela Justiça Eleitoral. Mas também foram hostilizados os deputados estaduais Mauro Moraes (PSC), Valdir Rossoni (PTB), Durval Amaral (PFL). Nem mesmo alguns ausentes, como os deputados federais José Carlos Martinez (PTB) e Rafael Greca (PFL), escaparam das vaias.

A solenidade, realizada no grande auditório do Teatro Guaira, foi conduzida pelo presidente do TRE, desembargador Gil Trota Telles, e os seis juízes da Corte da Justiça Eleitoral. O presidente do Tribunal de Justiça, Vicente Troiano Neto, foi representado pelo vice-presidente, Nério Spessato Ferreira.

A saudação aos eleitos foi feita pelo juiz do TRE, Guilherme Gomes. Ele fez um balanço da atuação da Justiça Eleitoral durante a campanha e destacou que o diploma entregue ontem “legitima a representação conquistada nas urnas”.

O juiz disse que a Justiça Eleitoral espera dos eleitos para o parlamento um “trabalho voltado ao interesse da população” e em relação ao governador e vice-governador, que “possam realizar as mudanças necessárias ao desenvolvimento econômico do estado”.

Ele destacou ainda que é importante que haja o respeito e a harmonia entre os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. “Esta solenidade encerra o processo eleitoral de 2002 , que ocorreu de forma livre e transparente. A Justiça Eleitoral trabalhou para assegurar o direito de livre escolha do eleitor paranaense”, afirmou Guilherme Gomes. Após a saudação, foi exibido em dois telões um vídeo com os principais momentos do processo eleitoral do Paraná produzido pela assessoria de imprensa do TRE.

Na trilha da cidadania

O governador eleito do Paraná, Roberto Requião (PMDB), disse ontem que irá repor o Estado na trilha do desenvolvimento e do respeito à cidadania. ” A pespectiva do neoliberalismo acabou no Brasil. O sonho do desenvolvimento e da geração de empregos suportados apenas por benesses às multinacionais é coisa do passado. Agora, vamos governar para os paranaenses, para os nossos trabalhadores e empresários”, declarou Requião, pouco antes de ser diplomado pela Justiça Eleitoral no grande auditório do Teatro Guaira para assumir pela segunda vez o governo do Paraná.

Requião e o vice-governador, deputado estadual Orlando Pessuti (PMDB), foram os primeiros a receber o diploma de eleitos da Justiça Eleitoral. O governador eleito fez o gesto da campanha de Lula (a mão fazendo um desenho do L) depois de mostrar seu diploma no palco onde estava instalada a Mesa Diretora da solenidade. Na entrevista que concedeu na chegada à solenidade, o governador eleito afirmou que o próximo período será difícil para o Brasil e o Paraná, mas que o estado terá o apoio do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.

“Estamos com um país em crise. O déficit público brasileiro em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) nos deixa numa situação pior que a Argentina quando faliu. Estamos num processo recessivo. Os erros do neoliberalismo no Paraná foram os mesmos no Brasil. Será um período duro, mas o Paraná conta com um amigo na Presidência da República”, disse Requião.

O governador eleito disse que, ao tomar posse em 1º de janeiro, suas primeiras ações estarão voltadas para o cumprimento de suas promessas de campanha eleitoral. “Vamos executar as ações que foram exaustivamenter mostradas na campanha. O governo não é um show de Big Brother. Não é o Estado-espetáculo, fornecendo decisões para a mídia. O governo é um processo responsável e constante, que levará o Paraná a trilhar, de uma nova forma, os velhos caminhos do desenvolvimento”, disse.

Pressão contra o pedágio

Elizabete Castro

O governador eleito, Roberto Requião (PMDB), disse ontem que o mote de sua campanha eleitoral – “ou o pedágio abaixa ou acaba” – será a palavra de ordem da sua administração. Requião criticou o governador Jaime Lerner (PFL) pelo aumento das tarifas, que foram publicadas ontem nos principais jornais do Estado. “É falta de governo. O Lerner tinha que dar um puxão de orelha nesta gente. Mas, a partir do dia 1º de janeiro, o Paraná terá um representante no governo do Estado e essa gente vai enfrentar uma situação difícil”, afirmou.

Requião disse ainda que sua visão do pedágio é a seguinte: “Vejo o pedágio do Paraná como um roubo. A economia do Paraná não suporta esses preços. Não se trata de discutir teórica e doutrinariamente. Trata-se de um fato simples e singelo. O Paraná não pode pagar esta conta absurda”, disse o governador eleito.

Segundo ele, a cobrança do pedágio está estrangulando a economia paranaense e não há direito adquirido das concessionárias perante o interesse público. “Eu não me elegi para defender as empreiteiras do pedágio. Eu me elegi para defender o Paraná e a nossa economia”, afirmou.

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