Requião minimiza indicação do seu nome a vice de Lula

O senador Roberto Requião não cogita trocar a candidatura certa ao governo do Paraná por uma negociação visando sua indicação para ser o candidato a vice-presidente na chapa de Luis Inácio Lula da Silva. Pelo menos não antes de a convenção nacional do PMDB, marcada para o dia 15, decidir de que lado o PMDB vai ficar na sucessão presidencial. O nome de Requião foi lançado pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS) durante uma entrevista a uma emissora nacional de televisão na última quarta-feira.

Mas o senador paranaense preferiu minimizar a lembrança do seu nome para compor a chapa petista. “Tem tanta coisa para se decidir antes de começar a discutir nomes. Primeiro, precisamos saber se o Lula quer coligar conosco. Depois, precisamos saber se a convenção nacional aprova essa coligação. Após tudo isso, é que poderíamos sentar para definir nomes”, ponderou o senador.

Requião avalia que considerar seriamente esta hipótese, hoje, antes de enfrentar na convenção a ala governista do partido (que indicou a senadora Rita Camata para a vice do senador tucano José Serra) seria o mesmo que ficar sonhando com um passeio à lua. “Você pode ter a disposição para fazer um passeio à lua, mas ainda não disponibilizaram o transporte que te levará até lá”, comparou.

Para o senador paranaense, em caso de vitória de uma aliança com o PT na convenção nacional, o nome mais indicado para dividir a chapa com Lula seria o do senador Pedro Simon. “Eu acho que o Simon daria mais sustentabilidade a uma candidatura petista”, disse o senador, devolvendo a gentileza ao correligionário gaúcho.

Divisão

Simon declarou que considera Requião o melhor nome do PMDB para a composição com o PT. Simon disse que vai defender, na convenção do PMDB, dia 15 de junho, a aliança com Lula, em oposição à cúpula do partido, que quer se unir com o PSDB.

A manifestação de Pedro Simon, lançando Requião, vem na seqüência de uma série de pronunciamentos de diretórios regionais do PMDB contra a aliança com os tucanos. Diretórios com grande número de delegados à convenção peemedebista e com significativo peso político, como os de Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás e Ceará, lideram a rebelião.

Após as declarações de Simon, lançando Requião a vice de Lula, várias seções regionais do PMDB deram apoio à proposta do senador gaúcho. Um dos argumentos do senador gaúcho e dos diretórios estaduais do PMDB que são oposição ao governo FHC é que a maioria das bases do partido hoje identifica-se muito mais com o discurso de Lula do que com a proposta de José Serra.

Para alguns peemedebistas, Requião seria o mais indicado para integrar a chapa com Lula, dada a sua antiga e próxima relação com o PT. Eles lembram que, nas eleições de 98, Requião fez uma aliança com o Partido dos Trabalhadores e que, nas três vezes que Lula se candidatou a presidente, Requião deu apoio a ele.

CAE ouvirá MacDonald’s

A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprovou requerimento do senador Roberto Requião pedindo abertura de processo administrativo contra a rede McDonald’s na Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça. A CAI aprovou também a realização de uma audiência pública para debater o assunto, com a presença, entre outros, de Henrique Amaral, diretor jurídico da Associação Brasileira de Franquias (ABF).

O senador Romeu Tuma (PFL-SP) também assinou o requerimento. As principais acusações contra a rede McDonald’s são: apropriação dos lucros dos franqueados; aluguel compulsório das lojas; assinatura compulsória de contratos de financiamento com o BankBoston; apropriação de clientela por loja criada pela matriz para eliminar o franqueado do negócio.

Danos

Segundo Roberto Requião, a ação da McDonald’s provoca danos ao mercado e à livre concorrência. O senador paranaense pede a intervenção do Legislativo “a fim de estabelecer condições razoáveis à concorrência e à competitividade”. Requião quer ainda que o Senado envolva-se na discussão de um ante-projeto de lei, em elaboração no Poder Executivo, que vai disciplinar as franquias. Conforme ele, as legislações francesa e norte-americanas sobre o assunto contém avanços que podem ser adotadas pela legislação brasileira.

A rede de lanchonete McDonald’s está no Brasil desde 1979 e seus 1.205 pontos de venda, faturaram em 2001, R$ 1,6 bilhão. O Brasil está entre os oito maiores mercados da corporação em todo o mundo. Já todas as franquias instaladas no país, cerca de 800 empresas, faturaram, no ano passado, R$ 25 bilhões de reais. Para os senadores esses números são uma razão a mais para disciplinar a atividade.

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